Pedrinho e Zezinho...
Pedro e José, nasceram em Niterói, Rio de Janeiro, em 1898. Eles
possuíam alguns meses de diferença de idade e José era o mais velho.
Eram filhos de pais imigrantes que estavam ajudando a construir o Rio de
Janeiro da época. Os pais moravam na mesma vila e os meninos cresceram
juntos, unidos como irmãos. Enquanto os pais trabalhavam no cais do
porto, no embarque e desembarque de mercadorias, Pedro e José passavam o
dia empinando pipa, jogando bolinha de gude e brincando com barquinhos
no canal. As mães faziam pães e bolos para vender e podiam trabalhar
sossegadas, pois os meninos eram de boa índole e jamais se metiam em
confusão.
Todos os dias, na hora do almoço, os meninos iam ao cais levar o almoço
para os pais. Era o ano de 1908 e eles estavam com dez anos. Em uma das
visitas ao cais, Pedrinho e Zezinho se distraíram observando as
embarcações e não perceberam um acidente em andamento. Um container
carregado de carga explosiva despencou e explodiu, arrasando o
quarteirão ao seu redor. Os meninos estavam próximos e foram atingidos
pela explosão. Eles não resistiram aos ferimentos e morreram no mesmo
local. As famílias sentiram muito a perda dos amigos, pois eles
alegravam a comunidade onde moravam.
No mesmo ano em que os meninos morreram a Umbanda iniciava sua história
na mesma região. Assim, como muitos espíritos que antes não podiam se
apresentar em Centros Espíritas para trabalhar, as crianças puderam se
manifestar nos terreiros e alegrar a todos os presentes. Segundo o
Kardecismo, um espírito readquire sua aparência de adulto após o
desencarne. As crianças da Umbanda são espíritos puros que mantêm sua
aparência infantil para alegrar e atender os socorridos. A Umbanda
respeita a individualidade de cada espírito, que procura manter
a aparência que melhor lhe cabe após o desencarne. Uma vez Pai José de
Aruanda usou a seguinte explicação ao ser inquirido por manter sua
aprência de preto e velho: "- Por que usarei minha aparência de médico
europeu, se foi como escravo que melhor evoluí?" Assim, também ocorre
com as crianças...
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