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domingo, 28 de julho de 2013

ROUPAS DE POMBAGIRAS NA UMBANDA

PARA OS IRMÃOS KARDECISTAS NÃO EXISTE NECESSIDADE ALGUMA DE SE USAR UM TRAJE CERIMONIAL NUMA COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA.

DE FATO,O TRAJE NÃO É INDISPENSÁVEL. OS ESPÍRITOS NÃO SE COMUNICAM

PELAS ROUPAS E TÃO POUCO FICAM FAZENDO BIRRA SE SEU MÉDIUM NÃO ESTÁ
COM ESSA OU AQUELA ROUPA.

TAMBÉM NÃO HAVERIA NECESSIDADE DO PADRE VESTIR A BATINA DURANTE
A CELEBRAÇÃO DA MISSA, DEUS E SEUS SANTOS E ANJOS TAMBÉM NÃO IRIAM
FAZER BIRRA E ESTARIAM ALI PRESENTES E ATUANTES.

UM TRAJE CERIMONIAL É USADO SOMENTE NAS REUNIÕES A QUE SE DESTINA.
O MÉDIUM DA UMBANDA E DE OUTROS CULTOS AFINS, INICIA SUA PREPARA-
ÇÃO PARA A GIRA (COMO CHAMAMOS NOSSO TRABALHO MEDIÚNICO) COM
BANHOS DE DESCARREGO (FEITO COM ERVAS ESPECÍFICAS), ORAÇÕES, PEN-
SAMENTOS ELEVADOS E CONCENTRAÇÃO NAS FALANGES (GRUPOS) DE ENTI-
DADES QUE IRÃO SE APRESENTAR NAQUELA GIRA ESPECÍFICA.


EM ALGUNS TERREIROS O MÉDIUM TOMA SEU BANHO DE ERVAS NAS
DEPENDÊNCIAS DOMESMO (ISSO É MUITO RARO) PARA QUE NÃO LEVE PARA A
CORRENTE ( COMO CHAMAMOS O CÍRCULO FORMADO PELOS MÉDIUNS NAS REUNIÕES) ENERGIAS ASTRAIS NEGATIVOS.


TODO ESSE PREPARO CULMINA COM O PROCESSO DE VESTIR A ROUPA CERI-
MONIAL, QUE ESTÁ LIMPA E PURA E EM SEGUIDA PASSAR PELA DEFUMAÇÃO.

AS ROUPAS USADAS NA UMBANDA SÃO EM GERAL BRANCAS. PODENDO SER
CALÇA E TÚNICA OU UMA SAIA E BLUSA.

ENTRETANTO HÁ MUITAS VARIAÇÕES NAS CORES E MODELOS DOS TRAJES,
DEPENDENDO DOS PRECEITOS ADOTADOS PELA CASA.

EXUS E POMBAGIRAS PODEM TRABALHAR COM OS TRAJES BRANCOS E TRO-
CAR APENAS AS GUIAS (COLARES DE CONTAS USADOS PARA PROTEÇÃO DOS
MÉDIUNS). OU PODEM SEGUNDO SUA VONTADE E SE AS NORMAS DA CASA PER-
MITIREM, USAR TRAJES ESPECÍFICOS DE SUA LINHA.

ESSES TRAJES COSTUMAM SER VERMELHOS OU VERMELHOS E PRETOS.
É CLARO QUE A ESCOLHA DOS MODELOS E CUSTOS DE CADA TRAJE, PODE SO-
FRER A INFLUÊNCIA DO GOSTO, PERSONALIDADE E PODER AQUISITIVO DOS
CAVALOS (MÉDIUNS).

ALGUNS DEFENDEM QUE AS ROUPAS E OS ACESSÓRIOS FACILITAM E AMPLIAM
A CONCENTRAÇÃO DO MÉDIUM.
OUTROS AFIRMAM QUE SE DÁ O CONTRÁRIO, PODENDO PROVOCAR ANIMISMO
(O MÉDIUM FICARIA EXPOSTO À AUTO-SUGESTÃO)
ESSA É UMA QUESTÃO NÃO RESOLVIDA. OU MELHOR CADA UM A RESOLVE
COMO SINTA SUA ORIENTAÇÃO INTERIOR.


O FATO É QUE COM OU SEM ROUPAS ESPECIAIS, NOSSOS BONS GUIAS SEMPRE
ESTARÃO PRESENTES, E FARÃO SEU TRABALHO DE IGUAL MODO. SUA PRESEN-
ÇA DEPENDE UNICAMENTE DOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS ELEVADOS
DE SEUS MÉDIUNS E DOS BONS PROPÓSITOS DA CASA ESPIRITUAL ONDE OS
MESMOS SE ENCONTREM.

SÓ DEVEMOS TOMAR CUIDADO COM TRAJES DESPOJADOS, PRINCIPALMENTE COM O COSTUME DE ALGUNS TERREIROS DE ANTES DAS FESTAS, SALVAR OS ORIXÁS COM UMA ROUPA BRANCA SIMPLES. ALGUMAS MEDIUNS USAM ROUPAS TRANSPARENTES OU MALHAS FINAS QUE ACABAM MOSTRANDO OU RETRATANDO PEÇAS INTIMAS. PARA O ORIXÁ NÃO EXISTE PROBLEMA, MAS TRARÁ CONSTRANGIMENTO PARA TODOS.

EU PARTICULARMENTE, SOU À FAVOR DOS TRAJES ESPECÍFICOS, SEM EXAGE-
ROS. A VONTADE DE AGRADAR É NOSSA, ELES NÃO NOS EXIGEM NADA.


CLAUDIA BAIBICH
EXCESSO DE ALCOOL NA SESSÃO

Dirigir uma gira de Umbanda não é tarefa fácil.

A sensibilidade humana extrapola muitas vezes o bom senso e a habilidade dos dirigentes. Até os dotados com essas virtudes cometem erros, às vezes com efeitos bombásticos nos médiuns, mesmo os já desenvolvidos.


Servir bebida alcoólica à entidade requer uma série de conhecimentos para evitar que os médiuns sofram conseqüências desastrosas, principalmente ficar embriagado, o que quando acontece, muitas vezes liquida a confiança de um médium.


E por que isso acontece?

Vamos esmiuçar as situações que se criam para entendermos bem.

O álcool nos trabalhos de Umbanda, entre outras funções de magia, serve para embriagar o médium. Em tal estado acontece o deslocamento de seu espírito, facilitando a incorporação da entidade.


Isso dentro de um trabalho organizado é inteiramente confiável, mas, em trabalhos sem segurança e desorganizados pode gerar a penetração de entidades atrasadas ou viciadas no alcoolismo.


Esse é um dos motivos que o médium não deve beber fora dos trabalhos.


Considerando a garantia da proteção do trabalho, o médium fica embriagado mas dominado pela entidade.

Antes de desincorporar a entidade tira todo o efeito do álcool, deixando o médium com o liquido ingerido mas sem o seu efeito, ou seja, termina a embriaguez do médium.

Isso pode não acontecer se o médium, durante a incorporação, levar um choque por um motivo qualquer, como por exemplo, alguém da hierarquia brigar com o espírito ou manda-lo, repentinamente, desincorporar.


Isso pode impressionar o médium, pois não devemos esquecer que o normal é que os médiuns sejam conscientes.


Quando esse enganos acontecem o médium pode ficar totalmente embriagado.


Se isso ocorrer jamais os dirigentes ou companheiros da casa devem critica-lo, ao contrário, em casa que existe irmandade e direção segura, o médium receberá todo o apoio pelo eventual erro.


Pelas análises podemos constatar: nem sempre a embriaguez de um médium é ocasionado por erro seu, ao contrário, quase sempre provocado pela falta de atenção da hierarquia, que inclusive deve recomendar aos cambones que cuidem do excesso de bebida usada pela entidade.


Deve-se ter muito cuidado ao determinar o afastamento do espírito quando ele ingeriu bebida alcoólica, devendo ter ao menos um tratamento gentil que toda entidade e mesmo os médiuns merecem.


Como norma deve-se orientar os médiuns que um espírito de luz não bebe por prazer.


O Exu Tranca Ruas das Almas sempre diz:

-·se eu quisesse beber não vinha fazer isso em terreiro de Umbanda, mas iria buscar os alcoólatras nos bares, como fazem os obsessores comuns
História de (um) Exú Morcego

Em um castelo, inteiramente de pedra, mal cuidado e isolado no meio de uma floresta, típico daqueles pertencentes ao feudo europeu, vivia um homem branco e corpulento, trajando uma surrada roupa, provavelmente antes pertencente a um guarda-roupa fino.
Percebia-se o desgaste causado pelo passar do tempo, pois ainda carregava uma grossa e rica corrente de ouro de bom quilate, com um enorme crucifixo do mesmo cobiçado material. Parecia viver na solidão, muito embora no castelo vivessem vários serviçais.
Na torre do castelo, as janelas foram fechadas com pedra, e só pequenas frestas foram feitas no alto das paredes. A luz não podia entrar. A torre não tinha paredes internas, formando uma enorme sala, com pesada mesa de madeira tosca, tendo como iluminação dois castiçais de um só vela cada. Ao lado da tênue luz das velas, livros se espalhavam sobre a mesa, mostrando ser aquele homem um estudioso e que algo buscava na literatura.
De braços abertos, com um capuz preto cobrindo sua cabeça, emitia estranhos e finos sons, tentando descobrir o segredo da conhecida Sagrada Arte.
Pelas frestas da torre, entravam e saiam voando vários morcegos com os quais ele procurava inspiração e força para atingir sua conquista. Por quê? Não sei. A idéia e as razões eram da estranha figura. Parecia um homem de fino trato, transfigurado na fixação de atingir um poder que não lhe pertencia.
Seu nome era Guland, hoje, ele trabalha como Guardião do Vale dos Suicidas e já teve seu corpo perispiritual muuuuuito deformado por suas sucessivas vidas interrompidas das mais diversas formas, e exatamente por isso levei mais de 4 anos, com o trabalho de sucessivas incorporações nas linhas de esquerda, entregas e rezas para que ele perdesse seu aspecto deforme, quase animalesco e voltasse seu aspecto humano. Gouland, este senhor alquimista tem muitos mistérios e segredos, mas nenhum deles causaram tanta admiração e respeito quanto sua linhagem de atuação, incorporado no terreiro como o querido mas temido Exu Morcego. Ele é um exu nervoso , anti-social, não é muito de prosa mas quando faz algum tipo de trabalho como ele mesmo diz "vai buscar voando " e sempre cumpre com o que diz.
São Jorge e a Lua

O dia 23 de abril é consagrado a São Jorge, que é símbolo do Espírito Santo de Deus simbolismo esse que remete ao Cristo e a todos os avatares.
São Jorge seria nesta representação símbolo do Eu Divino a tocar a fera (“toca”, não a fere) inconsciente justo no que há de divino nela e que ainda se encontra em estado latente, simbolizado pelo “fogo” do dragão e pela língua – que é vermelha.
Os elementos que autorizam esta interpretação são:
• A CAPA que lhe cai dos ombros é vermelha, cor que representa a consciência (pela passagem do verde do vegetal para o vermelho do animal), e que é símbolo: do “fogo do espírito” santo (cf. “línguas de fogo” do Pentecoste, por isso que, nesta data, na Igreja Católica, os Altares são normalmente enfeitados de “vermelho”), do “enxofre dos alquimistas”, que tinge o mercúrio sem perder sua qualidade, da mesma forma que a uva ou a tinta misturada ao álcool ou à água os tingem; do “vinho-tinto” que, sendo o álcool o “fogo líquido”, reforça a representação do Espírito Santo, do Espírito Consciente, do Eu Divino, do Cristo, razão por que é muito usado na eucaristia e nas oferendas ritualísticas das religiões afro-brasileiras, como oferta ao que há de mais sagrado em Deus e em nós.);

• O CAVALO BRANCO
que monta é símbolo do subconsciente (melhor denominado de Eu-básico) já dominado pelas práticas espirituais e imaculado (branco), por ter sido purificado pelo fogo do Eu Divino (por este motivo, nas religiões afro-brasileiras, não raro as entidades que se manifestam, ao referirem-se aos seus médiuns o chamam de “cavalo” e São Francisco, ao referir-se ao corpo físico com seus desejos o chamava de “burrinho”. O subconsciente que já faz a prece, que leva a água (energia vital acumulada pelo devoto) ao Cristo (Eu Divino, aumakua, Deus interior) que a transformará em vinho espiritual (energia superior, mana-loa). Daí o costume de, brincando para não passar o sentido oculto, os africanistas lembrarem sempre de “dar o gole do santo” de tudo o que bebem, ou seja, “praticarem a lembrança de Deus constantemente com o envio das preces e carinhos ao nosso Pai Celestial”).
Ainda quanto às bebidas, a champanhe e cidras que estouram e jorram da garrafa são de si por si símbolo da prece, vez que fazem com que a “água ou vinho” (mana) sejam elevados aos céus, para que voltem como “vinho celestial”, como o “mel”, como “mana-loa”, ambrosia, como “chuva de bênçãos”.
Lembramos que o simbolismo de Deus como Sol, como cor vermelha, e das bênçãos que ele concede a quem Lhe faz contato como “chuva”, “vinho”, “mel” etc. dá surgimento a símbolos aparentemente contraditórios, como o do Arcano XIX do Tarô, a carta do Sol, que, estranhamente para o profano, “emite raios solares e pingos de chuva”, no entanto este é o mesmo símbolo da “língua”, que lembra a “chama do fogo” e é “molhada” pela “saliva”, simbolismo este sempre muito enfatizado pelas curas realizadas por Jesus e que é repetida por alguns “caboclos” nas religiões afro-brasileiras (nosso Chico Xavier, na infância, foi obrigado pela madrasta a “lamber as feridas” do filho desta, maldade esta praticada pelo uso distorcido do simbolismo e insensibilidade de um ser cruel). O hábito de se usar colar, ou “fio de conta”, tanto profanamente como nas religiões – principalmente nas afro-brasileiras, é em suma o mesmo símbolo da prece, ou seja, as “forma-pensamento criadas pelo Eu racional do homem (o lado esquerdo do cérebro, o bom ladrão, ou Uhane) que estão simbolizadas pelas contas, o “fio” simboliza a ligação, o fio de ectoplasma, o fio interior que liga ao divino e o “pescoço” seria aí reforço do simbolismo do caminho ascensional (que é feito pelo filho, pelo “mau-ladrão”, o subconsciente, eu-básico, ou unihipili).da prece ao Pai (o Cristo entre o bom e o mau-ladrão; o Eu Divino entre o racional e o intuitivo, entre o lado esquerdo e direito do cérebro este é o motivo pelo qual se usam sementes que parecem com o “cérebro” nas religiões afro-brasileiras, como a “cola”, a “noz” etc.) . O uso de piercing na base do nariz tem também a mesma representação, pois o piercing simbolizaria aí a “ forma-pensamento” (“semente de mostarda”) do que se quer realizar e o nariz simbolizaria o caminho por onde flui o ar (o pneuma, o espírito santo, a resposta da prece) e por onde se chega até o “topo da cabeça” (ao Cristo, à abóboda celeste).
• A LANÇA, como tudo o que voa para determinado “alvo” (e “alvo” aí no sentido tanto de meta/objetivo, como de também de “branco”, de pureza, de “Luz”) representa o que vôa ou o caminho para a Misericórdia de Oxalá, de Jesus, de Buda e de todos os que se realizaram na Fonte Suprema, no Grande Arquiteto do Universo. Por vezes representada como tridente (com o mesmo significado além da lembrança dos três eus e das três forças correspondentes do homem), como símbolo de caminho para o divino, como tudo o que é cilíndrico, ou que representa a passagem de algo de um lugar para o outro (a subida e descida das preces; a subida da água e a descida do vinho, representada na carta XIV dos Arcanos Maiores do Tarô; na taça que pelo próprio formato “eleva a bebida” e contém o vinho; no canudo, associado ao cabelo que leva à cabeça, ao cipó que leva ao topo da árvore, ao céu (este é o símbolo da corda e da “cabaça” muito utilizado nos ritos primitivos e nas religiões afro-brasileiras, e representa a subida da prece, da água da cabaça, ao Pai pelo caminho espiritual, simbolizado pela “corda” ); ao “dedo” , coluna vertebral e do templo; ao “bambu” (muito utilizado nas religiões afro-brasileiras para oferendas de milho ou canjica, com o mesmo sentido da oração como anteriormente exposto quanto à vela) à “bengala” (aquilo que ajuda o homem a caminhar, a não cair, ou seja, o contato com o Alto pela oração), à “cana” (por onde desce o mel, a doçura da resposta da prece, o mana-loa dos kahunas); ao milho com suas sementes e cabelos; ao quiabo (símbolo perfeito da prece, com as sementes/formas pensamentos, embebidas na baba/força vital, mana acumulada e enviada ao Pai); e a tudo que possui fogo (Deus) ou luz na ponta (cachimbo, charuto, cigarro, vela, incenso, túnel etc O simbolismo é tão evidente que em um ponto se diz: “Ogum não devia beber, Ogum não devia fumar; mas a fumaça são as nuvens que passam, e a espuma a onda do mar”. “Nuvem” , por estar no “céu” , morada simbólica de Deus, é símbolo da benção que este envia; a “onda” , por sua vez, principalmente se lembrado que normalmente seqüências de onda fortes não ultrapassam 7, segundo os pescadores, representa uma “tentativa de se diferençar; de sair do mar da inconsciência”, ou seja, demonstram o princípio de atividade consciente no mar da inconsciência e a “espuma branca do mar” justo por ser “branca” remete ao mesmo significado do “fogo na boca do dragão” , ou seja, seja, representa o “DIVINO IMANENTE EM CADA SER”, ‘a “Bela Adormecida”, que tem de ser despertada por um ‘beijo´ (por um toque do divino, do “vermelho” dos lábios) por quem já conseguiu atravessar a mata verde da inconsciência e enfrentou o cipoal que o prende à ilusão e as feras que são as sombras interiores.

• O DRAGÃO
, por ser verde simboliza a inconsciência (no entanto, ele voa, ou seja, vai aos céus, a Deus), simbolismo este vindo do mundo vegetal, onde há imobilidade e pouca individuação (as folhas das árvores são todas quase iguais, sendo que, nesse ponto, a flor, como diz GOEHTE, é símbolo do esforço do mundo vegetal em se individuar, se diferençar). Na passagem do vegetal para o animal, há o ganho de mobilidade, de individuação, da capacidade de dizer Eu Sou, ganho de consciência, motivo pelo qual se afirma nas Igrejas Cristãs que o “SANGUE” de Jesus tem poder! O dragão também seria amedrontador, como nossas próprias sombras o são, o que é símbolo daquilo que nos dificulta o domínio de nós mesmos e o ganho de consciência (a luta simbólica do cavaleiro com o dragão). Tanto o verde do dragão, como o verde das matas, como o verde do mar simbolizam ora o inconsciente como um todo, ora apenas nosso subconsciente e nossas sombras. O “andar sobre as águas” (de Jesus, de São Pedro e de outros santos e Iogues) é andar sobre o “verde da inconsciência”, representa o término do processo de individuação, daquele que já domou os seus instintos e pode andar sem se perder no “mar do inconsciente”, tanto como o peixe e os “jangadeiros”, “marinheiros” e “navegadores” nomes de entidades adotados principalmente nas religiões brasileiras, bem como os de “índios e caboclos”, que são os que “sabem andar dentro do mata da inconsciência sem se perderem, porque moram lá.”. O simbolismo do verde, tão evidente no dragão, é rico e remete, pelo “mar” à “nau” (representado nas “naves” das Igrejas e na Mitra Epicospal que é um peixe com a boca aberta para o céu), a água do mar, por ser salgada ao choro, à lágrima, ao feminino, ao yin, à mãe, à lua e esta ao quarto crescente pisado pela Virgem da Conceição – que remete pelo formato novamente ao barco (daí os barcos oferecidos à Iemanjá e outras deusas ou representações do feminino).; (enquanto o sol remeteria ao Pai, ao dia, ao fogo, ao yang etc.).
O símbolo de São Jorge tocando a língua do dragão, como representação do processo de individuação, de tomada de consciência, sendo feita sob a supervisão de ser divino (São Jorge) é comum em várias religiões sob forma variada, pois que o TAO, por exemplo, representa justo isso, que em todo Yin existe em potencial o Yang e que em todo Yang existe em potencial o Yin; e também que em todo ser inconsciente está a consciência em estado potencial. Por este motivo, São Jorge, o guerreiro, Pai, Sol,Yang, consciência, está também na Lua/inconsciente como diz o ponto: “São Jorge está na lua…” e Ele é Ogum Beira-Mar ou Sete-Ondas, simbolo igual ao de Jesus à beira do lago de Genesaré olhando para este., o SerDivino que assiste nossa evolução.
Como a pedra bruta interior é também simbolizada pela pedreira que precisa ser trabalhada pelos pedreiros, com o cinzel da caridade e o malho da disciplina, há ponto para Ogum que diz: “Ogum, guarda a pedreira, mandado por Oxalá. Com a espada lança…
História de Ogum Beira Mar



Ele é o Senhor da sétima onda do Mar, defensor da calunga grande, senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em demanda, peça licença para Yemanjá para entrar no mar e os portões serão abertos por Ogum Beira Mar.


Ogum Beira Mar, trabalha na linha do Mar, sua morada está na sétima onda do mar, aonde recebe suas oferendas e despacha todo mal na calunga grande, senhor dos encantos, fiel guerreiro de Yemanjá, guarda nas ondas do mar como um soldado o reino da mamãe.









Ogum Beira Mar, o escudo fiel das tormentas e dos bravos navegantes, este Orixá é o lado masculino da calunga grande, o lado da força nas demandas, cumpridor fiel da balança da justiça terrena, controla os ventos nas praias soprados por Iansã e Yemanjá, dosando cada onda quando chega a praia, os búzios deixados em seu reino (reino este que vem da sétima onda até a areia do mar), são os adereços deixados por ele, recebe-os de Yemanjá e deposita-os nas areias das praias, presenteando a todos filhos de fé, por isso peça permissão a Ogum Beira Mar para retira-los.

Foi Ogum quem ensinou aos homens o trabalho com ferro e aço. Seus instrumentos, além da espada são: alavanca, machado, pá, enxada, faca, etc. Com os quais ajudou os homens a dominar à natureza e a transformaá-la.
No sincretismo Ogum é associado a São Jorge, 23 de Abril.
Como está sempre ligado ao poder e a força, este Orixá não gosta de Ter suas ordens desobedecidas. Quando não é atendido fica irado e perde a razão e castiga àqueles que o desobedeceram, arrependendo-se depois.
A cor de Ogum é o vermelho na Umbanda e Azul no Candomblé, mas pode ser associado ao verde. Sua bebida é a cerveja branca, seu dia da semana é a terça-feira.
Este Orixá foi casado com Iansã, a Orixá dos ventos, que fugiu com Xangô. Também foi casado com Oxum, a Orixá da água doce, que abandonou Ogum para se casar com Oxossi, o Orixá das matas.
Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exu, o rei das encruzilhadas e dos cemitérios (calunga pequena).


História de Ogum Beira Mar
Conta uma lenda que ao chegar a uma aldeia Ogum Beira Mar ficou furioso. Ele falava com as pessoas, mas ninguém o respondia. Isto aconteceu sucessivas vezes, e sempre que se dirigia a um morador da aldeia só tinha silêncio. Ele achou que as pessoas da aldeia estavam zombando dele e num ato de fúria usou seu poder e matou a todos que ele pensava estarem o humilhando.
Um dia ao passar por outra aldeia ele contou a um ancião o ocorrido e este lhe disse que na aldeia por onde Ogum passara as pessoas, naquela época do ano, faziam um voto de silêncio por alguns dias.
Ao saber disso ele ficou enfurecido consigo e envergonhado, foi em direção ao mar, parou e fitou seus olhos na sétima onda, e ali jurou proteger os mais fracos e todos aqueles que estivessem sofrendo injustiças, discriminações e qualquer tipo de perseguição injusta, após o juramento o mar começou a jogar conchas nas areias das praias.


As pessoas de Ogum Beira MarSão pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquiétas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Ogun Rompe Mato...
O Ogun das Matas!


Esse Cavaleiro de Ogun viveu no Brasil Colônia do século XVI. Sua função era servir ao Rei e a Rainha de Portugal. O Brasil ainda era uma terra de muitos índios e muita natureza. Seu nome era Jorge, em homenagem ao Santo de devoção de sua mãe. Ao chegar ao Brasil acompanhando o cortejo real, sentiu-se atraído pelo lugar. Era especialista em abrir novos caminhos nas matas virgens e descobrir novas civilizações, por isso seus serviços foram solicitados. Comandava um grupo de 200 soldados, como capitão da guarda. Buscavam os melhores lugares para construir os aposentos reais e retirar as riquezas da terra. Haviam lhe falado que os índios eram selvagens cruéis.
Na primeira aldeia que ele conquistou percebeu temor nos olhos indígenas. E nas próximas aldeias, apesar das resistências e das lutas, foi percebendo que os índios apenas se defendiam e tentavam manter suas terras. Em uma das aldeias capturaram muitos índios para fazê-los escravos. Entre eles havia uma índia potiguara de beleza única, por quem se apaixonou. Retirou-a do meio dos escravos, chamou um intérprete e foi conversar com ela. Essa índia chamava-se Guaraci, para homenagear o Sol. Guaraci tentou mostrar a Jorge o que os brancos estavam fazendo, através de gestos e palavras. Jorge, apesar de seguir as ordens reais tinha bom coração. A índia convidou-o a ir com ela até a Aldeia Portiguara e aprender os costumes indígenas. Propôs a ele levá-lo e devolvê-lo em segurança, desde que aceitasse conviver 10 dias nas terras indígenas.
Jorge aceitou a prosposta da índia. Chamou o sargento da guarda e pediu-lhe que assumisse seu posto. Avisou aos demais que se ausentaria por um tempo, pois queria estudar os costumes indígenas e procurar os melhores lugares para extrair as riquezas da terra. E assim foi que a índia portiguara Guaraci chegou à sua Aldeia sã e salva carregando um homem branco. Isso foi motivo de grande orgulho para o Chefe da Tribo, que era seu pai. Explicou ao Cacique que Jorge permaneceria com eles por um período de 10 dias para aprender os costumes e tentar uma negociação. O cacique aceitou e assim Jorge começou seu período de aprendizagem. Ele se despiu de seu uniforme e aceitou um saiote de penas para se cobrir. No período em que conviveu com os índios começou a aprender o tupi-guarani. Também lhe ensinaram a usar o arco e a flecha e a entender os sinais da natureza. Essa vida simples tocou alguma coisa dentro de Jorge, que passou a admirar os nativos potiguaras.
Quando os 10 dias findaram, Guaraci levou Jorge novamente aos brancos. Ele não era mais o mesmo. Percebeu que não poderia mais lutar contra um povo que passou a admirar e também não poderia renunciar ao seu cargo, pois seria considerado desertor. Esse dia foi decisivo na vida de Jorge. Ele esperou todos irem dormir, arrumou suas tralhas e penetrou na floresta. Foi até o acampamento portiguara. Procurou por Guaraci e lhe propôs fugirem juntos. A índia falou que não poderia abandonar seu povo, mas Jorge sabia que a tribo estava com os dias contados e que em breve seriam atacados. Sem saber o que fazer, capturou a índia e embrenhou-se na mata com ela. Tentava explicar-lhe que não poderiam ficar por ali pois a tribo seria atacada. Guaraci não aceitou e falou que deviam voltar, pois para os potiguaras covardia era uma desonra! Então, ele voltou com Guaraci e entregou-se ao Chefe. Ele foi aprisionado na Oca e seu futuro seria decidido em breve.
Os índios potiguaras já haviam tido contato com o homem branco, quando os franceses se aproximaram tentando uma negociação. Os portugueses retomaram as terras e agora imporiam sua vontade aos índios de qualquer maneira. A raça potiguara ocupava todo o litoral nordestino e eram muito numerosos, mas os portugueses possuíam armas que cospiam fogo e explodiam como trovões! Por isso, a derrota dos índios era visível. A sobreviência deles ocorreu pelo acordo firmado entre os portugueses e os índios.
Jorge e Guaraci nunca ficaram juntos. Jorge foi morto durante o combate. Seu espírito vagou por anos nas matas litorâneas e muitos contavam a história de um cavaleiro das matas que rompia a floresta com seu galope e emitia um grito de guerra. Quando Jorge foi recolhido à Aruanda, ele estudou, evoluiu e passou a trabalhar nas Linhas de Ogun e de Oxóssi, como Ogun Rompe Mato.

 
 
Exú Pimenta

Exú bastante emergente no movimento atual de Umbanda, suas falanges crescem a cada dia, aumentando e solidificando seu poder de abrangência e atuação. De personalidade forte e irreverente, possui uma língua deveras afiada, sempre pronto a salpicar-nos as verdades que teimamos em esconder. Carismático e sedutor, contudo, suas palavras tem o poder de atingir-nos sem machucar, de conscientizar-nos sem nos reduzir a auto-estima. Em resumo, ele tem o dom de falar na lata o que não queremos ouvir e a gente ainda agradece.


Viveu na Europa entre 1420 e 1480 mais ou menos, estabelecendo-se em Portugal, muito embora, acredito, não tenha nascido nesse país. Enriqueceu como comerciante, usando de seu raciocínio rápido e habilidades retóricas. Passou, assim, a fazer parte da nobreza, frequentando a corte, período em que constituiu carmas relativos ao uso desvirtuado do dinheiro e do poder adquiridos. Segundo ele: “Errei, penei, aprendi, compreendi, me transformei e venci. Hoje trabalho, sem reclamar, ajudando idiotas como aquele que eu fui”


Sr Pimenta é um Exú ligado, essencialmente, ao elemento fogo. Os outros Exús costumam chama-lo de “O Ardido”. Essa ligação com a energia ígnea, dizem, associa-o ao Orixá Xangô, mas pessoalmente desconheço se essa afirmação é procedente. Um de seus parceiros inseparáveis é o Sr Exú Pinga Fogo, a quem atribui o destino daqueles trevosos vencidos que, orgulhosos, rejeitam suas ofertas de paz. Também se associa aos demais Exús do fogo, como Sr Exú Brasa, Sr Exú Bara, entre outros.


Para realizar seu ofício de guardião, utiliza-se de armas diversas, a exemplo dos muitos e afiados punhais que carrega ocultos por trás de seu fraque bordô. Quando em demanda, apresenta-se acompanhado de enormes cães negros, nada amigáveis, semelhantes a rottweilers, mas de olhos vermelhos como o fogo.


Duas coisas irritam sobremaneira Sr Exú Pimenta: falta de respeito com os Exús por parte de nós encarnados e espíritos trevosos que utilizam o nome Exú para arriarem em terreiros. Não gosta de brincadeiras e pode se tornar verbalmente muito agressivo se defrontado com algum tipo de desrespeito. Quanto aos falsos Exús, costuma ser implacável e demonstra prazer ao derrubá-los.

Não obstante essa personalidade forte, e suas alterações de humor a depender do teor dos trabalhos que realiza, Sr Pimenta é, de maneira geral, um espírito muito alegre e irreverente. Tanto que quando chega no Terreiro, através da incorporação, a primeira coisa que faz é, invariavelmente, abrir um longo sorriso.


Exu Pimenta: especializado na elaboração da química e dos filtros de amor. Dá o verdadeiro segredo do pó que transforma metais. É reconhecido quando incorpora por um forte cheiro de pimenta que exala.

EXÚ DO LODO
foi um grande médico, cientista e pesquisador da cidade de Amsterdã, na Holanda, durante o século XVIII. Fez sucesso em sua área por salvar muitas vidas de pessoas importantes da sociedade. Porém, nunca atendeu ou deu atenção
a um pobre sequer. Não atendia sem o pagamento da consulta. Sua missão naquela vida era construir hospitais, asilos e escolas para os menos favorecidos - o que ele não fez. Ele fundou um grandioso hospital, realizou cirurgias importantes, mas nunca se preocupou com a classe menos favorecida. Viveu para a fama e o sucesso. Sua mãe sempre lhe dizia para usar um pouco de sua fama para ajudar os necessitados. Ele consentia, dizia que o faria, mas nunca moveu um dedo nesse benefício.
Ao morrer, caiu no lodo umbralino das amarguras humanas e sentiu a ilusão da vida. Ficou por anos remoendo e tentando compreender sua situação. Quando foi socorrido por sua mãe, seu espírito estava condoído por ter percebido que desperdiçou uma vida e uma missão. Pediu para renascer e aprender sobre a simplicidade da vida... Nasceu no Brasil, entre os índios Caetés. Viveu apenas oito anos e morreu em consequência de uma picada de cobra venenosa. Sua mãe novamente o recolheu... No Plano espiritual retomou sua forma adulta, estudou e pediu para cumprir sua missão como médico dos espíritos imundos. Dessa vez não reencarnaria, mas assumiria a forma de um Guardião do Lodo e recolheria todos aqueles que caíssem nas ilusões da vida.
E ASSIM SE TORNA UM SENHOR:
Exú Rei e sua esposa, decidiram andar pelo mundo para verificar o trabalho que realizavam seus súditos (ou seja, os Exus) e dessa maneira, comprovar se eles eram fiéis no cumprimento as regras ou não. Para fazer isso, disfarçaram-se, ocultando seu ricos adornos para poderem passar despercebidos.
Em uma ocasião, Pomba Gira Rainha caminhando por uma trilha, defrontou-se com um enorme pântano, sujo e podre, o que lhe impediu de continuar sua ronda. (Não se esqueça que os Exus nunca voltam para trás, eles não caminham sobre os seus próprios passos).
Enquanto decidia como fazer para atravessa-lo, apareceu a sua frente um homem de estatura média, com o perfil de um ermitão, bastante despenteado e aparentando ser antisocial. Apesar de sua imagem sombria, coberta por uma enorme capa escura, parecia não coexistir com aquele lugar.
Ela se assustou bastante a principio, mas ficou lisonjeada com o gesto educado daquele homem, que rapidamente retirou a sua capa e jogou sobre o lago que ela pudesse passar, podia ver nos olhos dele um interminável desolação.
A Rainha caminhou por sobre a longa capa e seguiu seu caminho sem olhar para trás. Atônito, fascinado pela beleza desta estranha mulher que nunca tinha visto, mas eu estava certo, nunca se esqueça de, pela primeira vez tinha sido no amor. Ele não sabia quem era ELA. Ela não pode imaginar a sua ansiedade: não foi fácil ser o guardião daquele lugar. Nenhuma mulher gostaria de acompanha-lo no seu esforço. Como recompensaria sua educação e respeito ? de que maneira poderia melhorar a sua vida?
Após a conclusão da sua viagem, chegou ao palácio e disse ao seu marido o que ele tinha descoberto. "Existe um ser nobre - lhe digo - que cuida de uma pantanal imundo. Quando uma pessoa chega a esse charco pestilento, do nada ele vem e te ajuda a pessoa a superar obstáculos tremendos. Eu vi a tristeza em seus olhos para ter uma local como aquele para atendimento, mas, no entanto, faz o seu trabalho com cuidado e sem soluçar. Sua figura, curva, malcheirosa e bruto, mas é humilde e cortes.
Interessado no vizinho, Exú Rei queria convida-lo para uma celebração que iria fazer em sua casa para no final do mês. Sua intenção era premia-lo por sua abnegada dedicação à missão que lhe tinha sido encomendada e pelo respeito a sua esposa. E em sua busca, ordenou ao general de seu exército, Senhor Tranca Ruas.
Uma vez reunidos na Mansão Real, qual não seria a surpresa de Exu do Lodo ao notar que a esposa de seu soberano era a mulher que ele amou profundamente! E a dor, ao mesmo tempo, porque, em menos de uma fração de segundo deveria ser retirado de sua mente. Não podia sequer imaginar que, uma vez que ele sentindo-se atraído por ela.
Naquela noite, Exú Rei o condecorou e lhe deu a honra de se sentar-se à sua direita. E desde então ocupa este lugar, mantendo a base do trono de seu monarca.
Pomba Gira Rainha, em seguida, dá-lhe um lenço perfumado com seu aroma, e solicita que você guarde suas lágrimas, e depois, ao retornar para o seu local, jogue-o no meio do pântano. Ela lhe agradece pela respeito e ternura, e promete ajudá-lo a sair da solidão em que se encontra.
Naquela noite, enquanto voltava para o seu território, cabisbaixo, pensei: Como poderia ser feliz vivendo no lodo! nenhuma mulher queria juntar-se a mim em meu trabalho. Ao chegar, jogou o lenço sobre a lama e ficou a observar a lua que o cobria com a sua luz prateada. Saiam do lenço todas as suas lágrimas e espalharam-se por sobre o pantano, espalhadas como um colar de pérolas que desmanchava. Na manhã seguinte, ao observar o local onde ele tinha atirado o lenço tinha começado a crescer uma planta, e que as suas lágrimas dispersas, eram botões florais que começaram a pressagiar uma nova era. Era fim de inverno, e a primavera produzia milagres mesmo através da lama.
Foi a primeira vez reparou as flores. Considerou um presente de sua Sra. Rainha e pos-se a aspirar a fragrância do seu amor. Era o mesmo perfume de sua soberana, o qual, cuidaria a cada primavera.
Depois de algum tempo, a história repetiu-se com outro protagonista. Uma mulher que circulava por aquele mesmo caminho, e de repente estava próxima ao charco. Solicito como sempre, Exú do Lodo saiu de seu esconderijo e ofereceu-lhe o casaco dele. Ao olha-la, descobriu em seus olhos a simpatia que ele tanto buscava, e sem pensar duas vezes, cortou algumas de suas flores e ofereceu-as a linda mulher. Ela as aceitou, por sua vez, lançou uma gargalhada. Era, Maria Molambo, que desde então, passa a ser sua parceira e ficou a viver ao seu lado.
A moral desta história nos permite compreender os sentimentos mais profundos.
Quantas vezes devemos renunciar a alguns sonhos, reconhecendo que não podemos alcançá-los! E, que afortunados somos se podemos faze-lo, nos livramos de tantas dores de cabeça, de tantos contratempos, e que ao final, nos aguardam outras flores que possuem uma fragrância que ao senti-la, queremos te-la sempre ao nosso lado
A Educação, a obediência, o respeito e a renuncia de Exú do Lodo foram premiadass. Não somente se tornou o braço direito de Exu Rei, como também de toda a Kimbanda. Mas ele poderia encontrar o amor e ponha um fim a seus dias de pessimismo.
Isso aconteceu, de acordo com as entidades próximo ao inicio da primavera. Portanto, a celebração ocorre a cada 21 de setembro em todos os templos que tem como protetores os Reis da Encruzilhada.
Esta noite a festa é especial. Exú Rei volta a cada ano para reafirmar a sua atribuição ao seu leal sudito e o destaca com uma banda. Permanece junto a algum tempo e, no momento de despachar, eles caminham juntos para a porta do Terreiro, onde a direita do monarca, e sempre ajoelhado, espera a chegada da Pomba Gira Rainha. Uma vez que Exú Rei deu o passe a sua companheira, Exú do Lodo a toma pelo braço e juntos ingressam no salão de baile. sob uma chuva de pétalas de flores que os filhos de santo soltam no ar no momento, Saravando a presença de sua rainha, e aplaudindo, em ambas as entidades a quem paga seu tributo nesse dia à noite.
Coração de fogo EXÚ
Vocês podem pensar que EXÚ não tem coração, que não sofre, que não tem pena, que não tem amargura.



Estão enganados, EXÚ tem coração SIM.



O amor de EXÚ por um filho, por uma casa, por uma família não tem fim. Hoje, consegui ver o quanto um EXÚ pode amar e cuidar de seus filhos e quanto isto lhe custa, cortar na própria carne, expressão que todos conhecemos, mas é isto que EXÚ faz quando um filho não segue seus conselhos, não respeita suas orientações, o corte na própria carne. É doído, mas mesmo EXÚ acaba por fazer, pois tem filho que não conseguem enxergar o quanto a sua entidade o ama e lhe quer bem, enxergam adiante o que é mais fácil, os bens da fortuna, da riqueza material, não pensem que é prazeroso um EXÚ ensinar um filho desobediente, desrespeitoso com suas entidades, pois EXÚ também tem coração. Nessa terra de provações, EXÚ é o protetor, é o guardião, é o mensageiro e cumprirá sua missão, mesmo que isto represente punir o seu filho querido, mas que não tem boa conduta de vida, com seus ORIXÁS, entidades e com ele próprio, o amor de uma entidade para seu filho é eterno. Tudo que é ordenado, requisitado, deve ser cumprido, pois assim a entidade e o médium podem juntos cumprirem a sua missão prevista pela espiritualidade superior.

O coração de um EXÚ não é de pedra, sofre com seu filho desobediente, mas o ensinamento é necessário seja pela amor ou pela dor, como alguns preferem.



Digo essa palavras para que os filhos saibam que o POVO DE EXÚ, tem um coração que também sofre, fica angustiado, mas que respeita e segue ordens do Comando Espiritual Superior, tomando as medidas necessárias para educar qualquer pessoa vivente dessa terra.



A felicidade de um EXÚ está na certeza de que o filho será educado com a sua vontade, mas não esqueçam, para o povo de EXÚ, isso é feito com amor.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

MANDINGA DE PRETO VELHO.

Mandinga de Preto-Velho!

Certo dia uma pessoa procurou ajuda de nego-velho para solucionar uns probleminhas. Compareceu na casa espírita e desfiou um rosário de lamentações à pessoa que o atendeu.
A resposta de pai velho veio logo em seguida, através do receituário mediúnico:

“Levante pela madrugada, mais ou menos às 4 horas. Colha então algumas rosas brancas no roseiral que está plantado no fundo do seu quintal e, ao fazê-lo, sinta seu aroma. A cada rosa arrancada do pé, faça uma oração pedindo a Deus que o abençoe, bem como aqueles que ama. Depois, dirija-se à cozinha, ponha água no fogo e, enquanto ferve, meu filho, procure o Evangelho e faça uma leitura, preparando assim o ambiente de sua casa para a mandinga de nego-velho. A seguir, coloque as rosas dentro da água fervendo, apague o fogo e abafe. Enquanto aguarda para que esfrie um pouco, vá tomar um banho de asseio, lavando-se todo, da cabeça aos pés. Quando estiver debaixo do chuveiro, ore e feche os olhos, reparando atentamente na água que cai em seu corpo. Enxugue-se e pegue a água de rosas, derramando-a pelo corpo. As rosas que foram cozidas devem ser jogadas em água corrente, no riacho que fica um pouco distante de sua casa. Saia com as rosas embrulhadas e vá cantando uma cantiga qualquer, daquelas que transmitem felicidade. Por fim, volte para casa e, do jeito que puder, deite-se, pois ainda não terá amanhecido o dia. Lembre-se de aproveitar as oportunidades que se fizerem presentes.”

Quando o médium viu o receituário, ficou estarrecido com nego velho. Questionou a eficácia do banho, as orações, o horário que deveriam ser feitas e a fórmula dada para aquele caso particular. Nego velho pensou um pouco e depois respondeu ao médium:

“Sabe meu filho, as rosas servem para perfumar o ambiente e o corpo do nosso companheiro. É que ele reclama que o casamento vai mal, que sua companheira está evitando-o sempre e que ela agora arranjou um trabalho noturno do qual ele está desconfiado. Mas sabe, meu filho, é que o marmanjo não gosta muito de tomar banho, e com aquele cheiro não tem mulher que agüente a situação. Conhecendo a fé do homem em nego-velho, resolvi dar um empurrão no relacionamento. Ele também não gosta muito de estudar o Evangelho nem de rezar. Porém, ajuntando tudo numa receita de pai-velho ele vai seguir à risca. Passará então a se levantar muito cedo, apanhar as rosas, tomar um bom banho e meditar debaixo do chuveiro. Quando despeja o banho de rosas no corpo, então se perfuma todo, e, aí, nego-velho o induz a levar as rosas restantes do banho para jogar no riacho que fica um pouco distante de sua casa, ainda de madrugada. Sabe por quê meu filho? É que a mulher dele é enfermeira e retorna do plantão noturno exatamente naquele horário, de ônibus, e é obrigada a andar sozinha por um bom pedaço até chegar em casa, mesmo na escuridão da noite. Quando for até o riacho, já está na hora da mulher chegar. O resto você já sabe, meu filho, é só confiar na natureza e as coisas se resolvem. Isso é mandinga de nego-velho.”

Ao ouvir a explicação, o médium pegou a receita e entregou ao consulente. O caso se resolveu em alguns dias. Nosso irmão precisava apenas de um empurrão para aprender a tomar banho e se perfumar e de uma desculpa para agradar a mulher, apanhando-a no ponto de ônibus. Nego-velho riu muito ao saber que os dois haviam se reconciliado graças a um banho despretensioso, feito de rosas, e algumas orações acompanhadas de meditação debaixo do chuveiro.

Muita gente, meu filho, tem necessidades as mais estranhas, mas que costumam se resolver com pequenas receitas de paz, diálogo, orações e - quem sabe? – um pouco de higiene também.


Capítulo 14 do livro “Alforria”
espírito “pai João de Aruanda”
médium robsom pinheiro

LENDA CIGANA ROSITA.

LENDA DA CIGANA ROSITA
Esta cigana é de origem indiana, embora tenha vivido durante toda a sua vida entre França e principalmente na Espanha, local de nacionalidade de seu pai. De pele clara e cabelos muito negros, era de beleza impar. Tendo veia muito artística logo se enveredou pelos caminhos da arte da dança. Uma dança sem par, misturando passos do tradicional katac indiano, danças mouras marroquinas e o tradicional flamenco espanhol. Fazendo uma dança cigana cheia de movimentos, sapateados e véus, hipnotizadora e avassaladora. Logo que chegou a idade em que se desperta desejo aos homens, ela foi proibida de dançar em publico de gadjos, como fazia nas praças espanholas.
Como num prenuncio de que algo poderia acontecer. Assim foi. Um dia em kumpania em orla espanhola, num lugarejo distante, dançava na praia para a luz da lua, quando um gadjo olhava e se encantava com os movimentos suaves que Rosita para a lua. Este homem ficou tão inebriado que passou a ir todas as noites na esperança de vê-la dançar. Ficava cada dia mais apaixonado por esta linda mulher que carregava a meninice dentro dela, dentro daquele corpo de mulher e alma de bailarina. Um dia tomado de paixão, se aproximou e ela assustada fugiu. Ele ficou chateado, mas voltou em outro dia. E quando ela ia correr, ele a tomou pelo braço e impensadamente a beijou.
Ela sem saber porque correspondeu apaixonadamente. Ao se afastarem ele disse que a amava profundamente sem saber porque, mas sentia pulsar este sentimento com fosse o sangue das veias, como se fosse este amor, o combustível da vida. Ela sentia igual, mas era prometida e nada poderia fazer. Disse que ele se afastasse, que fosse embora. Ele prometeu segui-la aonde quer que fosse, somente para vê-la. Nisto se aproxima seu noivo e futuro dono de sua vida, ao perceber o ar enamorados deles, a arrastou violentamente e disse: Rosita, tu sabes que és minha, não sei o que aconteceu entre você e aquele homem, mas saibas que mesmo sem saber eu vou mata-lo. Rosita ficou muito apreensiva e nada disse, não naquela hora, mas pelo susto, nada podia dizer. E assim foi, depois de algumas semanas quando o homem foi apreciar a linda dança da cigana prometida, seu noivo estava a espreita e logo num golpe de facas mortal o matou. Rosita de resignou ao saber, sofria calada, mas disse ao noivo quando este contou: Sabes que estava errado e que eu nunca tive nada com aquele homem, mas apesar disso eu o amei, porque ele me deixava ser livre.
Eu serei tua prisioneira, mas o meu amor, o meu coração, tu nunca terás. E assim casou, teve filhos, mas só nos momentos de sua dança solitária se sentia liberta e amada pelo homem que morrera por sua causa, sem mesmo ter tido os desejados momentos de paixão com ela. O marido lhe proporcionava uma vida satisfatória em termos materiais, mas também não conseguia perdoar o fato de ela não lhe amar. Sendo assim ela viveu para seus filhos,e para sua arte, encantava a todos com o coração sangrando. Ela acabou falecendo de tristeza e desamor que havia dentro de sua casa.
No astral ela é mestra em fazer com que os amores verdadeiros venham poder se realizar, realiza feitiços enquanto dança e harmoniza a aura das pessoas. Em sua dança diferente consola os aflitos, as amigas, as mulheres e as mães. Rosita que foi prisioneira durante toda a sua vida, faz com que as pessoas gozem a liberdade com seus sábios conselhos, com suas sabias mãos. Seus olhos misteriosos, traduzem tudo, muitas vezes sem palavras, é amorosa, gentil, bonita, seu ditado favorito é: Eu fui prisioneira da vaidade e do desejo, hoje sou prisioneira da liberdade do amor. Ela realiza feitiços que libertam os amores impossíveis, trazendo o entendimento para todos

DANÇA CIGANA.

Dança Cigana: Espiritualidade ou arte?
A dança cigana nasce em nossa alma, sai de nosso interior. É energia em forma de movimento; as nossas vibrações mais íntimas se exteriorizam no ritmo do som, da música, das palmas, dos estalos dos dedos, ou ainda dos instrumentos.

Sentimos um misto, de força, alegria, desprendimento, uma firmeza tão grande, quase inexplicável.

Assim, podemos facilmente, associar a dança cigana, aos trabalhos espirituais umbandistas, já que vários médiuns, que trabalham com entidades ciganas, procuram esse estilo de dança, como meio de aprendizado, da cultura e tradição desse grupo tão perseguido, e, tão mal compreendido pelas pessoas.

Quanto mais nos doamos ao aprendizado, mais conseguimos compreender e desmistificar vários preconceitos, sobre os ciganos e sobre as entidades que atuam nessa linha de trabalho.

As entidades ciganas, não necessariamente, se utilizam da dança para atuar junto das pessoas, mas é uma forma de nos conduzir, de trazer compreensão, entendimento..., assim, nos faz manifestações vivas dessa força de trabalho. Sempre passo as minhas alunas, que quanto mais aprendermos, mais facilmente, os guias que se manisfestam na linha do oriente, conseguirão trabalhar, e, atuar, sobre, e, através de nós.

A dança cigana tira as travas, bloqueios interiores, aquele medo que temos de viver nossa verdade, percebo, que quando temos contato com a dança, nos deparamos com uma ponte, e, conseguimos através da dança atravessá la, e, uma vez do outro lado, simplesmente esquecemos o caminho de volta, ou mesmo, como se nunca tivesse existido, tal caminho.

Essa ponte nos leva para um lugar de total segurança..., luz..., firmeza..., fé..., confiança no Divino Criador..., ela nos conduz para dentro de nós mesmos.

A postura que temos, é a forma como conseguimos enxergar a vida, e a dança nos traz expansão interior, desenvolvimento de nossos potenciais de aprendizagem, crença nas possibilidades de evolução, de uma forma séria e respeitosa.

Respeito à espiritualidade, as tradições, rituais e cultura cigana

EXU PANTERA NEGRA

Exú Pantera Negra



O Exu Pantera é uma surpresa. Seu nome dá a entender ser um espírito violento, bravo, mas ao contrário, apresenta-se com muita elegância, com charme e um bom palavreado. Ele contou sua história: afirmou ser europeu, e grande admirador da pantera, para ele, um animal esperto, ágil, e o mais elegante de todos. Veio ao Brasil para resgatar seu carma, agrupando-se à umbanda, especificamente à quimbanda e como tem uma relação direta com o Caboclo da Pantera, não teve nenhuma dúvida em usar o nome do lindo felino. Daí seu nome: Exu Pantera.



Chefe - Exu Pantera Negra, conhecido por este nome devido à sua enorme coragem e força para vencer demandas e realizar os mais terríveis trabalhos de magia, além de ter o poder de curar até doenças tidas como incuráveis, também possui o poder de enriquecer quem a ele recorrer, esta linha possui este denominativo não é atoa, pois os espíritos que compõe esta linha se apresentam como se fossem caboclos, índios americanos enfim, tendo especialidade em trabalhos de cura e desobstrução, além de favorecerem as riquezas materiais e tesouros, são exímios guerreiros, a maioria delas pertencem a antiga tribo Sherokee dos E.U.A. Assim como ocorre em todas as linhas, é esta composta por sete falanges, cada uma com seu respectivo chefe, que por sua vez comanda outras sete legiões, onde se divide novamente em sete falanges, novamente, cada falange com sete chefes e assim sucessivamente até certo limite.