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sábado, 26 de janeiro de 2013

FALANDO DE ORIXÁS.

CHAMADA.
Exu lode,exu lanã,
Exu adague e exu agelú
Lalupo exu
Ogum onira,ogum onira do agarajó
ogunhê
Ogum etati,ogum elefa,
Ogum deolá ogum avagam,
ogunhê.
Oyá iansã,epaeio,
oya omí iansã didê
iansã nike e iansã funique
eapaeio
Kaô cabecile,
xango luá,xango emí,
aganju deí
kaô cabecile
Olodé,olotin okêbamo
onibobô okê okebamo,
xoni xobi otin okê
okêbamo
Ueu, ueu, ossanha,
uedupé,ossanha boquerê
ueu ueu.
Exó,obá lapa
Obá do pó e alapa xererê,
Exó
Abáo,chapana tenhur
xapana ubiamã abáo
sapatá costa sanrue,
ABÁO
Ie ieu oxum doô,
ie ieu docô
ieu ieu denum ieu ieu pandá
ieu ieu
Omy ,iemanja nanaburuque omyo,
iemanja omimaré e iemanja  omi
omiodô omyo,
Adoxererê omyo
EPAÔ,EPABABÁ
Oxala talabi,oxala lufan epaô
oxala orumilaia epaô oxala bocun epaô
EPABABÁ.

Senhor omulu

ATOTÔ, SENHOR OMULU!!!!!! SALVE SENHOR OBALUAIÊ!!!!!!!!!!

http://povodearuanda.files.wordpress.com/2012/10/01.jpg

Salve Senhor dos Portais, que rege a cura, o caminho das transformações, da evolução, da transmutação!

Aproveitamos este momento para render nossa homenagem à Poderosa Força que emana deste Orixá, norteando as passagens, trazendo saúde a quem precisa, levantando quem se encontre adoentado de mente, corpo e espírito.
Elemento terra, presente na Calunga Pequena, mas também na Calunga Grande, Senhor das Almas, pleno de Sabedoria, vai nos orientando nos diversos passos de nossa caminhada, nos auxiliando nos trajetos difíceis das mudanças que cada um deve enfrentar.
Os Caboclos desta linha estão sob a regência de Obaluaê, e são espíritos dos antigos “pajés” das tribos indígenas. Raramente trabalham incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto Velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins. Alguns caboclos são: Araúna, Acuré, Aimbiré, Bugre, Yucatan, Jupurí, Uiratan, Alho d’Água, Pena Preta, Pena Roxa, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Surí, Serra Negra, Tira Teima, Folha Seca, Sete Águias, Tibiriçá, Viramundo, Treme-Terra. Todos chefiados pelo Cacique Arranca Toco.
Os Pretos-Velhos de Obaluaiê são simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta. Normalmente não usam nomes compostos, são chefiados pelo Pai Benedito.
Os Exus são de Omulu e são muito bonitos de se ver emterra são, na maioria pesados curvados e representam a sabedoria da experiência, trabalham no campo do pó ou como alguns chamam a Calunguinha (Cemitério), alguns nomes conhecido são: João Caveira, Exu do Lodo, Tranca Rua do Cruzeiro das Almas, Sete-Campas, Sete-Covas, Sete Cruzes, Capa Roxa, Tira Toco, todos chefiados pelo Exu Tatá Caveira.
Os filhos de Omulú são pessoas que não conseguem viver satisfeitas mesmo quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma boa situação material e um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstração dos seus próprios interesses vitais. Os filhos de Omulú, cultivam a sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irónicos, secos e por vezes discretos.
Na forma de Omulu-Xapanã ou Omulu Velho, é o “Anjo da Morte”, “Senhor da Escuridão”, “Guardião dos Espíritos Caídos” que rege o desencarne e os domínios negativos do astral. Pode-se considerar que uma de suas manifestações mais características, ocorre no momento da morte, em que sua força se condensa em torno do fio de prata que une o espírito ao corpo e o dissolve de forma brusca ou lenta, conforme os desígnios superiores da vida. Depois da morte, a força de Omulu-Xapanã conduz as almas endurecidas no mal e aqueles que feriram as leis que sustentam o equilíbrio no universo aos domínios de Nanã Buruquê, sua Mãe,, onde essas almas estagiam, amadurecem, até que lhe sejam oferecidas oportunidades de reparação. Outra função de Omulu-Xapanã é paralisar as ações que atentam contra as leis de equilíbrio Tais características fazem com que muitos umbandistas o considerem uma força “perigosa” de se lidar.
Omulu-Obaluaê, O Omulu Jovem, é “O Grande Médico das Almas” cuja vibração estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo e reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo alojado no útero materno, assumindo todas as características e feições do seu novo corpo carnal que está se formando. Depois do nascimento sua força acompanha os seres refreando seus impulsos, alterando seu psiquismo, em favor da sua evolução. A vibração Omulu-Obaluaê é mais conhecida entre os irmãos de fé pelo dilatado poder de cura. De fato, sua vibração, muito afinada ao plano físico pode trazer benefícios significativos à saúde, especialmente aos portadores de doenças cármicas, tal como, o câncer e aquelas outras, de difícil diagnóstico. Daí serem comuns os doentes e seus familiares renderem oferendas, trabalhos e preces a esse Orixá, uma delas, muito antiga, é bastante popular entre os umbandistas.
Trabalhar na linha vibratória de Omulu exige conhecimento, cuidado e experiência. De modo geral, sua evocação deve ser feita no terreiro pelos guias espirituais, e fora dele, nunca levianamente, pois o risco de atrair quiumbas e eguns é grande. Daí muitos conceberem Omulu como um “Rei” entre os Exus e, de fato, sua vibração se corresponde, pois Omulu tem caminhos com a Quimbanda, especialmente, com a Linha do Cemitério, chefiada pelo Exu Omulu/Omolu, o “Seu Lúcifer”, que comanda os Caveiras, mas tal concepção denota uma visão parcial e distorcida das qualidades desse grande Orixá e leva muitos feiticeiros, infelizmente utilizando o nome da nossa querida Umbanda, a se servirem de sua vibração para provocar doenças físicas e emocionais em suas vítimas. Entretanto, os verdadeiros umbandistas sabem como os Orixás cósmicos são intolerantes e respondem àqueles que evocam suas forças para ferir seus semelhantes.
Como Orixá, emana sua Força aos seus falangeiros, que trabalham num campo vibratório denso, para orienta e encaminhar os que estão ingressando em plano diferente. Como nada se perde na Natureza, estes utilizam os fluídos desprendidos do corpo sem vida para desfazer serviços maléficos e ajudar os que continuam no envoltório físico, e impedem o mau uso destes por seres afastados do Bem, e que desconhecem a Lei de Causa e Efeito.
Comemoramos em 16 de agosto o Orixá Omulu/Obaluaiê, devido ao seu sincretismo com São Roque.
Dia da semana: segunda-feira
Cores: amarelo, preto, vermelho, branco
Oferendas: feijão-preto, carne de porco, pipocas, etc
Fios de conta e guias: preta e branca leitosa, amarela e preta
Frutas: abacaxi
Folhas e ervas: mamona, alfavaca, babosa, barba de velho,
Bebidas: água mineral e vinho tinto doce

A quaresma na umbanda

QUARESMA NA UMBANDA 

 

 

 

 

 

   A quaresma é um período de 40 dias antes da semana Santa. Este período conhecido como o tempo da conversão erroneamente é ditado como um ritual Católico. Porém isto não é verdade. Como vimos numa postagem atrás o calendário católico foi baseado em rituais astrológicos, depois dizimado e inquirido como Pagão. (saiba mais). Sendo assim cultuar a quaresma não é cultuar o catolicismo.

Assim como o Carnaval que é um feriado egipcio, a quaresma data das Eras primordiais, mesmo antes de Jesus Cristo. neste período nós seguidores das religiões teológicos também nos preparamos e cultuamos. Esotericamente é dado um indulto aos espiritos onde há relevância com os atos espirtuais desordenados. sendo assim devemos tomar alguns cuidados.

Os principais deles são: Evitar Brigas, Contendas e desavenças, eliminar sentimentos impuros e buscarmos nesse tempo nos conectar com nosso Eu Crístico ou Eu Búdico. Por isso queridos irmãos vigiemos nossas ações neste período.

Algumas casas fecham nesta época, outras não trabalham com Exu, outras somente com Pretos-Velhos, enfim cada casa tem o seu costume. Enfim que nesta época os espiritual, os espiritos iluminados nos   protejam                                     

A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática segundo alguns, se consolidou no final do século III, tendo sido citado no 1° Concílio de Nicéia, no ano 325. Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O espírito da quaresma para os católicos deve ser como um retiro coletivo de quarenta dias, durante os quais a Igreja, propondo a seus fiéis o exemplo de Cristo em seu retiro no deserto, se prepara para a celebração das solenidades pascoais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.,,” (Umbanda sem mistério)
...Jesus, antes de iniciar sua vida pública, passou pelo ritual de purificação, foi ao deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites (Mateus 4,2) para preparar-se para sua missão. E depois, ressuscitado, permaneceu quarenta dias com os apóstolos (Atos 1,3) ensinando-os, renovando-os para a nova fase da missão.
E por que quarenta? Até a ciência moderna utiliza o termo quarentena para determinar o isolamento por perigo de contaminação de doenças. Os astronautas ficavam de quarentena (só que de 21 dias) quando voltavam da Lua. De onde vem esse número? Quarenta é o número de semanas que demora para a gestação de um ser humano, o tempo que levamos para adquirir vida, desenvolver um organismo apto a sobreviver. Coincidência? Creio que não!...” (Ciência e Religião - Mário Eugênio Saturno)
A quaresma é um período entendido e tratado de maneira peculiar na visão de diversas religiões, mas na sua essência representa um processo necessário na vida de todo ser humano, a reflexão buscando auto conhecimento.
Todo espiritualista sabe e se prepara para as alterações energéticas geradas durante os três ciclos (Carnaval, Quaresma, Semana Santa),
Se a Umbanda é uma religião Cristã, porque não deveríamos seguir o exemplo do nosso mestre, que antes de iniciar uma nova fase, um ciclo que deixaria marcas na eternidade, guardou silêncio, refletiu, lutou contra seus demônios interiores e venceu.
Cada umbandista sabe que a mudança faz parte do aprendizado e crescimento espiritual, devemos vencer os demônios da vaidade, inveja, egoísmo e tantos outros, para merecer a oportunidade de trabalhar na corrente de um terreiro.
Umbandista, entre nesta vibração que está sendo gerada pelos seguidores de várias religiões e retire o melhor que puder para sair renovado e ter condição de assumir a grande e difícil responsabilidade de ajudar o próximo, sem julgamentos, sem preconceito, seguindo mais uma vez o exemplo do mestre.
Quem sabe assim, com resignação e disciplina você também não deixe sua marca na história.
O centro espírita é um pronto-socorro
espiritual, os irmãos necessitados que buscam ajuda não escolhem períodos determinados para solicitar auxilio e seria muito contraditório achar uma porta fechada justo no momento de maior precisão.
Se há tantos espíritos perturbados soltos durante a quaresma, é justamente nela que precisamos trabalhar para auxilio deles e de quem mais nos procurar.
Esta casa não fecha suas portas durante a quaresma, guardamos os atabaques e as palmas em sinal de respeito e por entender que é um período energeticamente instável.
Pedimos a todos que trabalham ou freqüentam nossa casa que aproveitem também a quaresma para fazer uma purificação interior, conversem com os pretos velhos, participem das giras, façam as limpezas indicadas, mas não se esqueçam de refletir sobre seus “demônios interiores” aqueles que não deixam você ver a luz que existe em seu coração e que poderia iluminar muitas pessoas em seu caminho.
Faça uma proposta a si mesmo(a), que nestes quarenta dias:
Exu não lhe permita acomodar.
Ogum lhe faça vencer as batalhas interiores.
Xangô lhe traga ponderação e misericórdia.
Oxossi lhe ajude a encontrar o alvo do que deve ser eliminado dentro de você.
Omulu cure as feridas que forem abertas durante esta jornada.
Que a sabedoria de Pai Oxalá faça você renascer na páscoa um ser humano muito melhor!

 

 

Sexta feira santa

SEXTA-FEIRA SANTA 

 






Logo após a ceia,Jesus e seus discipulos dirigiram-se para uma montanha que se chamava "Monte da Oliveiras", lá Jesus faz o "Sermão da Montanha", foram sual últimas palavras, no final da postagem estará na integra o texto.
Após esta conversa Jesus se afastou dos discipulos e foi orar a Deus para que lhe desse força para aguentar o que viria, assim alguns discipulos dormiam quando Jesus disse que ali se aproximavam os Soldados Romanos que vririam lhe prender.
Alguns discipulos quiseram lutar contra os guardas, mas foram impedidos por Jesus que disse, "O Exército de Deus não usa espadas".

Há tanto misticismo e confusão acerca da crucificação e ressurreição que acabamos perdendo de vista o fato de que Jesus de Nazaré foi julgado como homem diante de uma corte de homens sob as leis dos homens, condenado e executado como homem, e que como drama, o julgamento de Jesus supera quaisquer dos grandes julgamentos da história da justiça humana.

Israel não era uma democracia com Igreja e Estado separados, mas uma teocracia com Igreja e Estado entrelaçados como uma coisa só. Muitos acreditam que os altos sacerdotes ordenaram a prisão e julgamento ilegal de Jesus, que eles foram quem subornaram Judas, que eles sozinhos é que se sentiram ameaçados pelos ensinamentos de Jesus em público, e que eles sozinhos é que buscaram a morte de Jesus.

A prisão foi ilegal porque ela veio de noite, em violação à lei. Ela foi efetuada através das atividades do conspirador Judas Iscariotes em violação à lei rabínica. Ela não foi resultado de um mandado legal, novamente em violação ao código Mosaico. Os guardas romanos que prenderam Jesus no Jardim de Gethsemane e o trouxeram ao tribunal do Sumo Sacerdote não tinham uma ordem de prisão legal. O julgamento noturno é uma evidência adicional de conspiração contra Jesus por esses sacerdotes cuja hipocrisia o Carpinteiro denunciava publicamente.

Porém, o sumo sacerdote Caifás invocou Jesus para que se defendesse (contrariando a lei). "E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes ? Que testificam estes contra ti?" Jesus não respondeu.
Embora Jesus pudesse continuar em silêncio, ele decidiu falar. "Se vo-lo disse, não o crereis, e também, se vos perguntar, não me respondereis." Os sacerdotes novamente perguntaram "És tu o Filho de Deus ?" A resposta de Jesus foi apenas "Vós dizeis que eu sou." Caifás então anunciou à Corte "De que mais testemunho necessitamos? Pois nós mesmos o ouvimos da sua boca." O resto dos homens daquela corte terrível, ouvindo essas palavras ditas pelo seu sumo sacerdote, ilegalmente confirmaram seu julgamento gritando "É réu de morte!"

A primeira audiência diante do Sinédrio foi concluída por volta das três da manhã. A Corte só adiou o julgamento até o nascer do sol, embora a lei exigisse que cada um deles deliberasse a sós por um dia inteiro antes da segunda audiência.
Eles retornaram apenas algumas horas depois, ao amanhecer. Lucas nos conta "E logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao seu concílio." Essa sessão foi superficial. Nenhuma testemunha foi invocada novamente e a lei foi violada ao se exigir que Jesus respondesse à questão repetida "És tu o Filho de Deus?"

E novamente Jesus respondeu "Tu o disseste", e então acrescentou "digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu." Diante disso, a corte gritou "Para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia."
A votação foi feita, os votos dos juízes foram contados, e Marcos nos conta "todos o consideraram culpado de morte." A importância disso reside naquela provisão peculiar da lei Judaica que requeria a absolvição se houvesse veredicto unânime.

Sob a lei Judaica, a morte por apedrejamento era a sentença apropriada para uma ofensa capital. O povo Judeu não crucificava e esse método de executar a pena de morte era de origem Grega ou Romana. Os Judeus executavam os condenados por apedrejamento, decapitação ou estrangulamento de acordo com a natureza do crime. Para a blasfêmia era prescrita a morte por apedrejamento.
Os sacerdotes levaram Jesus para a entrada do palácio de Pilatos. (Eles não poderiam entrar porque se tornariam impuros, sendo uma época de Páscoa.) Pilatos foi até eles dizendo "Que acusação trazeis contra este homem?".

Essa pergunta é importante porque demonstra a intenção de Pilatos em levar o caso como um julgamento à parte desde o início, começando a julgar a própria acusação. Ele não perguntou "Vocês condenaram esse homem de quê?", mas em vez disso perguntou quais eram as acusações.
Os sacerdotes sabiam a importância da pergunta de Pilatos, então eles responderam indiretamente "Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos." Em outras palavras, Pilatos perguntou "Qual a acusação contra este homem?" e os sacerdotes responderam "Se ele não fosse culpado não estaria aqui!"

Então, os maliciosos sacerdotes apresentaram Jesus a Pilatos sob uma nova acusação que eles inventaram naquele momento: traição contra César. "Havemos achado este, pervertendo a nossa nação", disseram eles, "proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei."
Pilatos chamou Jesus para dentro do palácio e o perguntou em privado "Tu és o rei dos Judeus ?" E Jesus perguntou a Pilatos para saber a origem da nova acusação: "Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim?"

Pilatos replicou "A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim", explicando com isso de onde havia sido originada aquela acusação de traição.
esus disse a Pilatos "O meu reino não é deste mundo." E Pilatos insistiu "Logo tu és rei ?" Jesus respondeu "Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz."

Pilatos então fez a famosa pergunta "Que é a verdade?"
Jesus não deu resposta alguma senão a presença silenciosa de Si, o cordeiro levado ao sacrifício por mentirosos, de forma que Pilatos saiu para onde os sacerdotes estavam e, de acordo com João, pronunciou sua absolvição enfática do carpinteiro Nazareno. Ele disse a eles "Não acho nele crime algum!"
Era intolerável para esses inimigos da verdade que seu complô assassino fosse frustrado dessa maneira. Os sacerdotes soltaram rugidos de indignação "Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui."

Essa acusação era a de sedição (revolta, motim, crime contra o Estado), que era menos odiosa que a traição. Ela exigia a prova de uma motivação corrupta para a condenação, mas ainda nenhum motivo maldoso se pode provar que existira em Jesus.
Pilatos ignorou essa acusação, mas com a referência à Galiléia, ele encontrou uma oportunidade de escapar do que o esperava. Herodes, o Tetrarca da Galiléia, estava em Jerusalém para a Páscoa. Pilatos viu nisso uma chance de transferir a responsabilidade para Herodes, que tinha jurisdição para julgar acusações de sedição. Jesus era Galileu. Os sacerdotes aprovaram essa ação porque eles pensavam que Herodes faria o que eles quisessem para ganhar seus favores.
Jesus foi arrastado até o palácio de Herodes, onde as acusações de traição e sedição foram reiteradas.

Herodes, contudo, não se impressionou. Ele havia ouvido a respeito dos ensinamentos de Jesus e o questionou, mas quando Jesus se recusou a responder (um direito de todo acusado), Herodes colocou nele uma túnica branca e o mandou de volta a Pilatos sem dar uma decisão. Se esse procedimento irregular tivesse qualquer status legal, ele levaria a uma nova absolvição. Pilatos concordou.
Lucas nos conta que quando os sacerdotes trouxeram Jesus de volta do palácio de Herodes, Pilatos saiu de encontro a eles e disse "Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei."

A imposição desse açoitamento ilegal foi, em si, um impedimento para punições ainda piores. Qualquer punição adicional violaria as leis tanto de Roma como de Israel, que estabeleciam que, já tendo o acusado sido condenado e punido, ele não poderia ser julgado novamente pelo mesmo crime.
João diz que "desde então Pilatos procurava soltá-lo", mas Jesus foi levado ao quartel dos soldados e despido de sua túnica branca que havia sido dada por Herodes, foi coberto com uma capa púrpura, coroado com uma guirlanda de espinhos, dado uma cana como cetro, e levado para ser confrontado pelos irados sacerdotes novamente.

Pilatos anunciou "Eis aqui o homem." Os sacerdotes responderam "Crucifica-o!" Tudo isso por ter Jesus desafiado a autoridade daqueles homens que estavam dispostos a violar as leis para causar sua morte, homens que por esta razão corromperam sua própria autoridade.
Pilatos então disse "Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele." Ali estava um juiz de leis dizendo "este homem é inocente, mas vocês podem matá-lo se o quiserem."

"Nós temos uma lei", eles insistiram, "e, segundo a nossa lei, ele deve morrer porque se fez Filho de Deus." E ao dizer isso, eles revelaram a Pilatos que sua verdadeira queixa contra Jesus era, na verdade, a acusação de blasfêmia.
Pilatos, que não havia ouvido ainda essa acusação, mais uma vez levou Jesus à parte e perguntou "Donde és tu?"
Jesus não respondeu nada. Pilatos então vociferou "Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?"
Jesus apenas respondeu "Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado."
Pilatos novamente procurou soltar Jesus, mas os sacerdotes enraivecidos exclamaram "Se soltas este, não és amigo do César." Essa era uma ameaça à Pilatos. Poderia haver graves conseqüências se a mais alta corte de Israel denunciasse Pilatos à César. Pilatos sentiu que uma interpretação errada de seu julgamento poderia chegar aos ouvidos de César. Ele poderia ser visto como se estivesse protegendo alguém que era considerado pelos mais influentes de seus conterrâneos como culpado de traição. Pilatos não teve a coragem de lutar pela justiça contra esses sacerdotes coléricos.

Foi então que a esposa de Pilatos lhe enviou uma mensagem: "Não entres na questão desse justo."
Seu apelo levou Pilatos a tentar um último esforço para salvar Jesus sem arriscar seu cargo. Era costume durante a Páscoa de libertar um prisioneiro escolhido pelo povo. Pelo voto popular, as pessoas poderiam conceder anistia a qualquer um sentenciado à morte.
Eu vejo esse como um dos mais dramáticos momentos de toda a História, mas muito do drama passou despercebido pelos autores e dramaturgos, e uma lamentável confusão resultou em 2000 anos de animosidade desnecessária entre Cristãos e Judeus. Foram os sacerdotes Judeus que buscaram a morte de Jesus, não o povo.
O nome Barrabás em Hebraico significa filho de Abás. Pedro era referido por Mateus como "Pedro bar Jonas", isto é, Pedro filho de Jonas. Bar Mitzvah é traduzido literalmente como Filho da Lei. O nome de Barrabás também era Jesus: Jesus Barrabás (Yeshua na verdade).

A pergunta de Pilatos aos sacerdotes foi "Qual quereis que vos solte? [Jesus] Barrabás, ou Jesus chamado Cristo?" Eles clamaram, é claro, pela libertação de Barrabás, o notório ladrão e assassino. "Que farei então de Jesus, chamado Cristo?", perguntou Pilatos. Eles gritaram "Seja crucificado!" "Hei de crucificar o vosso rei?", perguntou Pilatos. E aqueles sacerdotes (que odiavam César como só os povos conquistados podiam odiar) disseram a Pilatos "Não temos rei senão o César!"
Pilatos enfraqueceu diante daquela ferocidade implacável e entregou Jesus para que o crucificassem. Ele tomou uma bacia de água diante dele, lavou suas mãos nela e anunciou "Estou inocente do sangue deste justo: considerai isso."
Pilatos mandou gravar na cruz "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus". Caifás e os outros sacerdotes foram a Pilatos e pediram "Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas que ele disse 'Sou Rei dos Judeus'." E Pilatos respondeu "O que escrevi, escrevi."



Fonte: Hon. Harry Fogle
Outro texto interessante, é a sentença de Poncio Pilatos na integra :

"No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente na baixa Galiléia, HERODES ANTIPAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente,
.
EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe - CRISTO NAZARENO - e galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei Mosaica - contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR.
.
Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém.
.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENO, REX JUDEORUM.
.
Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano.
.
Testemunhas da nossa sentença:
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Pelas dozes tribos de Israel: RABAIM DANIEL; RABAIM JOAQUIM BANICAR; BANBASU; LARÉ PETUCULANI.
Pelos fariseus: BULLIENIEL; SIMEÃO; RANOL; BABBINE; MANDOANI; BANCURFOSSI. Pelos hebreus: MATUMBERTO.
Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO E AMACIO CHILICIO."


Acima lemos um texto de um Jurista sobre o julgamento, abaixo o texto é de um médico sobre a crucificação:

"Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico.
O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo.

O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.

Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferentes estaturas. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue.
A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.

Depois vem o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz; pesa uns cinqüenta quilos.
A estaca vertical já está plantada sobre o calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas.
O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.

Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata.
Cada fio de tecido adere à carne viva: ao arrancarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedras e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos.
Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado.
Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical.
Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio.
A cabeça de Jesus inclina-se para a frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebe desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede.

Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Ele não bebe. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam.
É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdomen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.

Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".
Logo em seguida o corpo começa a afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés.
Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.
Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as câibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado diz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.

-Dr. Barbet, médico francês

Assim acabo a postagem de hoje, com o mártirio de Jesus Cristo, sobre a palavra de dois estudiosos, sem antes lembrarmos do sermão da montanha, sermão feito por cristo antes de todo acontecido narrado acima.


 Sermão da Montanha

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.
Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.
Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Ouvistes que foi dito: não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.
Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.
Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do maligno.
Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?
Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.
Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.
Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
A lâmpada do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?
Pois a todas estas coisas os gentios procuram. Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?
Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.
Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.
Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
Desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
Desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.



Umbanda não faz milagre

UMBANDA NAO FAZ MILAGRE



 

 

 

Vendo a internet me deparei com um texto bem interessante, leiam é muito legal.

É fato comum chegarem aos terreiros pessoas extremamente deprimidas, adoentadas ou desesperadas pelo fato de não encontrarem em nenhum outro lugar o remédio para seus males. Já passaram por consultórios médicos, igrejas, milagreiros de todas as espécies. Em todos os lugares, foram deixando sua história registrada, acrescida de decepção e gastos financeiros além da conta.

Com a promessa e a busca de “milagres”, pagaram dízimos ou oferendas, tentando terceirizar a solução de seus problemas ou de sua suposta “má sorte”. E enquanto seu saldo bancário e sua fé diminuem, sua decepção e dor aumentam.

O local que não cobra pela caridade geralmente leva a fama de ser “muito fraco”, pois infelizmente as pessoas ainda têm a falsa concepção de que “se não cobrar e bem cobrado, a coisa não funciona”. Além disso, há os que necessitam vivenciar o “fenômeno” para que sua fé tenha fundamento.

“Imagina... guia que fica só aconselhando, mandando rezar e mudar a maneira de pensar...”.

Como bem fala o ditado popular:
“só quando a água bate onde não deve é que se aprende a nadar”.

Assim, só como último recurso, no desespero total, é que eles batem à porta da Umbanda. Mesmo descrentes, buscam o milagre, chorosos e vitimados pela vida. Ajoelham-se na frente do preto velho ou do caboclo e derramam lágrimas, dedilham rosários de reclamações, tentando convencê-los de que a culpa da desgraça é de todo mundo, menos deles próprios. Acolhidos com todo amor pelos guias de luz, não recebem promessa de milagre, apenas a exigência de uma gradual reforma íntima, aliada a mandingas que os limpam do lixo energético que conseguiram agregar ao longo do tempo.

Saem dali bem melhores do que entraram, quase sempre voltam e aos poucos compreendem que o milagre estava dentro deles próprios.

Não faltarão nessa lista os que, após a melhora, voltam a freqüentar os bancos da igreja aos domingos, exibindo saúde e roupas novas. Quando não, transformam-se em carregadores de bíblia, passando a combater ferrenhamente aqueles por quem foram ajudados. Jamais vão admitir que um dia entraram num terreiro de Umbanda – coisa do capeta.

Não faltarão nessa lista os que, após a melhora, voltam a freqüentar os bancos da igreja aos domingos, exibindo saúde e roupas novas. Quando não, transformam-se em carregadores de bíblia, passando a combater ferrenhamente aqueles por quem foram ajudados. Jamais vão admitir que um dia entraram num terreiro de Umbanda – coisa do capeta.

O que será que os Pretos Velhos e Caboclos pensam disso?

Um dia desses fiz essa pergunta à Vovó Benta:

– Zi fia, nosso trabalho é a caridade e quem se dispõe a ela, esteja encarnado ou no mundo dos mortos, tem de saber que o “dar gratuitamente” sempre é motivo para darmos “graças” pela oportunidade de servir ao Criador, à sua obra. Ajudar esses filhos desnorteados é construir pontes entre o céu e a terra. Nunca podemos ou devemos esperar qualquer recompensa pelo bom serviço, a exemplo do Criador que distribui raios de luz ou gotas de água todos os dias a todos, bons e maus. O que cada filho fará com as dádivas recebidas só a ele cabe definir, escolhendo assim seu futuro. Sigamos fazendo o bem sem olhar a quem e façamos isso com a alegria de quem sobe os degraus para o céu, sem ter de pagar por isso com lágrimas ou moedas falsas. Lembre-se, filha, de que servir com alegria é servir duas vezes.

– Servir duas vezes?

– Sim, duas vezes. A você mesmo e ao próximo. Quando colocamos alegria e desprendimento, dissipamos qualquer possibilidade de nos machucarmos com nossa ação. Porém, o fazer por fazer ou para que as pessoas vejam que somos caridosos é um meio de ajudarmos aos outros sem, no entanto, estarmos com isso nos ajudando.

O azedume que muitos “caridosos” carregam demonstra o quanto ainda sua caminhada é longa. Sem contar que pode ser um meio de captar para si as energias dos outros em vez de dissipá-las. Quanto aos filhos que viram as costas a quem os ajudou, não passam de espíritos infantis que precisam do pirulito para adoçar suas vidas, ignorando que um dia o doce chega no palito.

Cemitério

CEMITÉRIO 











"Filhos queridos é necessário saber o entendimento espiritual do cemitério, desde os primórdios cemitério éum lugar sagrado em todas as religiões, vejam que os ritos funerários foram os primeiros rituais descobertos pela história,pois a fé busca o religar e este só pode acontecer na plenitude no desencarne.
Assim nos deparamos com uma questão,o Cemitério na visão umbandista, alguns dizem que é no cemitério que mora as almas, onde vibra Omulu e reside os Exus. Mas qual cemitério é esse,onde fica,como é e mais ainda é um lugar bom ou ruim, todas essas explicações serão dadas mais adiante. Digo meus queridos que meu objetivo não é confrontar nenhuma doutrina apenas explicarei segunda a doutrina que sigo.
O Cemitério é chamado em alguns lugares de Calunguinha, mas aqui chamaremos de Campo do Pó, pois é nele que as coisas transformam, no espiritual existem varios pontos de forças varios locais vibratórios, e o Campo do pó é um deles, trocando em miúdos é uma seara, uma egrégora energética, lugar onde a energia de Omulu,Obaluaye e Nanã são originárias, nesta egrégora há também presença dos falangeiros,guias, protetores e mensageiros dos Orixás,por exemplo o Exu Tatá Caveira.
É errado falarmos que Exu tal mora em tal cemitério, hora espírito não tem morada, nós desencarnados deixamos a matéria não precisamos de moradas, como seria possível Exu tal morando cemitério X sendo que há inúmeros cemitérios no mundo, quando falamos disso queremos falar que a energia vibracional da entidade é       originário desta egrégora.
Nesta seara não existe túmulos, campas ou covas, e sim é um lugar de energias densas, pois é um lugar onde há a chegada dos recem desencarnados, pois é lá que há a transformação, a transmutação da vida material para a vida espiritual.Por este motivo a energia é mais densa.
Quanto as entregas em portas e encruzilhadas no cemitério não são vista de forma correta pois além do perigo espiritual, há também o físico. Sendo assim digo que qualquer entrega pode ser feita em local especifico e não na porta de qualquer cemitério perto de sua casa."




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Exus das almas

EXUS DAS ALMAS

Como puderam notar o blog já está atualizado para este mês, que é dedicado as Almas. Nada melhorar do que começarmos falando sobre as entidades mais ligadas das almas que são os Exus e Pomba-giras, estas entidades como bem sabemos se dividem em duas ramificações a Encruzilhada e as Almas. Lógico que existe dentro dessa divisão outras sub-linhas (Calunga, Cemitério, Fogo, Limbo, entre outras.)
Os Guardio~es ligados as almas são intermediários diretos da linha de Obaluaye e Omulu, mas como disse ligam-se a outros santos ( Santo Antonio, São Miguel e São Benedito). Os guardio~es das Almas são muito conhecidos também dentro da Quimbanda, eles trabalham na cura de doenças físicas, principalmente nos ossos e também são especialistas em encaminhar as almas dos desencarnados.
Alguns Exus das Almas:

Exu Pinga-Fogo
Exu Tata Caveira
Exu Caveira
Exu João Caveira
Exu Cruzeiro
Exu Sete- Campas
Exu Sete- Sombras
Exu Sete Cruz das Almas
Exu Sete- Catacumba
Exu do Lodo
Exu Meia-Noite
Exu Cruzeiro
Exu Sete- Encruzilhada das Almas

Algumas Pomba-giras

Pomba-gira Rosa Caveira
Pomba-gira Rainha do Cemitério
Pomba-gira Rosa Vermelha
Pomba-gira Dama da Noite
Pomba-gira Maria Padilha das Almas
Pomba-gira Sete- Folhas
Pomba-gira Tranca-Rua das Almas

Os senhores do cemitério

João Caveira - José Caveira - João Catacumba - José Catacumba

Os Cavaleiros do Campo Santo!

No Cemitério existem muitos Exus e Pombagiras trabalhando, pois é um local de grande concentração de fluidos vitais. Nesse local, existem quatro Exus que atuam incansavelmente: guardando os portões do Cemitério, seu Cruzeiro, seus túmulos e seus trabalhadores. Eles também impedem ataques dos vampiros espirituais (seres que se alimentam dos restos da energia vital dos desencarnados). Muitas pessoas, ao morrerem, não são desligadas de seu corpo carnal pelos Socorristas Espirituais, pois tiveram uma vida cheia de tropeços. Essas pessoas chegam aos cemitérios presos à matéria de seu corpo. Ao serem desligados dos despojos carnais, essas almas liberam o restante da energia vital que lhes resta, atraindo, assim, seres que se alimentam dessa energia.
Espíritos de pessoas de bem, são imediatamente desligados após a morte e levados ao Plano Espiritual pelos socorristas. Espíritos de pessoas com débitos pendentes permanecem presos à matéria. Espíritos de pessoas malignas, que causaram grande mal à humanidade, são imediatamente carregados por aqueles que lhes cobram as dívidas. Pessoas que não entendem ou não aceitam a morte também ficam presas à matéria carnal. Nesse momento, a ação dos Exus e Pombagiras se faz necessária, pois muitos desencarnados se tornam "banquete" desses seres enlouquecidos. Portanto, o Campo Santo é um local de muita reserva energética para os seres trevosos, devendo ser protegido para evitar o mau uso dessa energia.
Os Senhores João Caveira e José Caveira guardam os portões da Cidade dos Mortos e conferem a entrada e a saída de todos os seus visitantes carnais ou espirituais. Também são eles que fazem uma varredura constante no Cemitério para mantê-lo em perfeita ordem e funcionamento. 
Os Senhores João Catacumba e José Catacumba são responsáveis por recolher os despojos espirituais daqueles que ficaram presos à matéria e encaminhá-los devidamente ao local onde deverão ser atendidos. Também são eles que atuam junto aos espíritos em débito com a lei: ladrões, assassinos, suicidas, violentadores, etc.
Ao entrar no cemitério devemos saudar esses Exus e ao sair devemos agradecer, para que nossa visita seja tranquila e nossa partida também.


*Catacumba é a escrita correta segundo a ortografia.

A força dos pontos riscados

A força de um ponto riscado...

e de um ponto cantado.

Cada casa possui suas particularidades ao abrir um trabalho de Umbanda. Porém, em todos os Templos, sempre que se abre um trabalho, risca-se o ponto e canta-se para o Orixá. A ordem pode alterar de uma Tenda a outra; em algumas, o médium, veste sua roupa branca, acende a vela para o seu Anjo de Guarda, bate seu camatulê e participa da Corrente Mediúnica para a aberturra dos trabalhos. Em outras, o próprio dirigente firma as velas e os pontos riscados, enquanto os médiuns cantam os pontos.
Numa abertura, os "Cambones" defumam a todos os presentes, enquanto o Chefe puxa o canto dos pontos de cada Entidade. Durante a abertura do trabalho, a fluidificação e a energização do local já está ocorrendo. É nesse momento que a limpeza espiritual de todos os presentes começa. Por isso, a saudação dos Guias é tão necessária em um trabalho de Umbanda. Cantar o ponto que representa o Orixá ou a Entidade que comanda o trabalho do dia, energiza e equilibra a vibração dos médiuns para o passe mediúnico, criando uma perfeita ligação entre o guia espiritual e o trabalhador.

Num ponto cantado é possível identificar os seguintes elementos:
- O Guia (Entidade) que está se apresentando;
- A Linha em que ele atua e a Falange que ele trabalha;
- Sua função ou missão junto ao médium ou terreiro.

Num ponto riscado também é possível perceber alguns elementos:
- Os Orixás que comandam o médium, a casa ou o trabalho;
- Quantas Linhas estão representadas;
- Que missão será cumprida pelo Mensageiro ou pela Casa através daquele ponto.
O ponto riscado, seja no ínicio dos trabalhos ou seja no decorrer deles, serve para purificar e fortalecer o local e a assistência. Se uma Entidade risca um ponto durante um atendimento e nele coloca uma vela ou uma erva ou outro símbolo, ele está firmando a pessoa e emitindo uma ordem ao Plano Espiritual. Essa ordem pode ser para quebrar uma demanda, alcançar um pedido, curar uma enfermidade, etc. Por isso, cantar ou riscar um ponto ajuda na liberação de ondas de energia, que atingirão a todos os presentes.
Existem pontos positivos e pontos negativos, portanto, jamais deve-se cantar ou riscar pontos por brincadeira, pois ele atuam na ligação do médium com seu Guia Protetor. Um ponto riscado ou cantado de forma equivocada pode atuar ao contrário do que se espera e afastar o Mensageiro em vez de aproximá-lo. O Plano Espiritual sempre respeita a Lei do Livre Arbítrio e se o médium pede o afastamento de seu protetor, ele respeita e se afasta. É como aquele ditado: "Cuidado com o que você pede, que você pode conseguir..."

O que nossos guias esperam de nós

O que nossos Guias esperam de nós...

como bons médiuns?

A maioria das pessoas, ao descobrir que possuem mediunidade e dom de incorporação, principalmente na Umbanda, sentem receio e até certo temor de assumir que são médiuns. O medo e o preconceito gerados pela intolerância religiosa de muitos, devido a falta de compreensão e estudo, transformam os Templos de Umbanda em locais de ataque de baixo escalão. Muitos acham-se no direito de julgar, agredir e condenar aquilo que desconhecem. Por conta disso, alguns médiuns, quando descobrem que possuem missão na Seara Umbandista, sentem-se coagidos e deixam de professar sua fé e sua crença. As pessoas que agridem os umbandistas chegam ao absurdo de dizer que a Umbanda não é Cristã, fato totalmente descabido, já que Oxalá, sincretizado com nosso Querido Mestre Jesus é o Cristo!
Existem pessoas que publicam livros e textos agredindo as demais religiões, em vez de escreverem sobre si e suas crenças. Que direito temos nós de intervir na fé de cada um? Quem somos nós para nos acharmos no direito de julgar e condenar? Como podemos pensar que somos melhores porque somos desta ou daquela religião? Sabe, existe um fato que nunca relatamos acerca da criação deste blog... O nome "Umbanda em Paz!" surgiu quando digitamos no Google o termo "paz na umbanda". Então, abriram vários sites que denunciavam pessoas que invadiam Templos Umbandistas e quebravam suas imagens ou agrediam seus zeladores. Nós, aqui do Templo de Umbanda Caboclo Cobra Coral, em Campo Grande, achamos esse fato tão triste e tão desalentador, que resolvemos nomear o blog com o nome umbandaempaz.
Graças a Deus, aos Santos, aos Mentores, aos Anjos e aos Guias Espirituais, o blog cresceu e conseguiu passar sua mensagem de paz e amor. As pessoas pensam que espíritas, espiritualistas, umbandistas, hinduístas, xintoístas, budistas e tantos outros que acreditam na reencarnação, não possuem estudo ou conhecimento das Leis Universais, por se manterem silenciosos perante as agressões. Mas, na verdade, revidar não melhora a situação. O que precisamos é de um trabalho concreto e bem estabelecido, onde não possamos ser atingidos. Certa vez Pai Zé nos disse: "Precisamos que os médiuns estudem. Chega de médiuns ignorantes! A Umbanda precisa crescer e se estabelecer e precisamos de bons médiuns para isso." Pois bem, em nosso Templo o que fazemos é obrigar o médium a estudar. Evitamos conversas sem sentido e explicamos o que é necessário para a realização de um bom trabalho. Vocês verão que mesmo os nossos médiuns são medrosos, pois nem todos se filiaram ao blog. E não podemos obrigá-los. Mas, sempre conversamos, aconselhamos e demonstramos.
 Eu não desacredito nenhuma religião que eu fiz parte, porque ainda me considero parte integrante de todas elas. Todas as religiões me fizeram o que eu sou hoje. Eu ainda sou católico (como Zélio de Moraes), sou taoísta, sou espírita, sou candomblecista, sou xamanista, sou esoterista e sou umbandista. Precisei conhecer todas... E tenho amigos em todas e também nas Instituições Evangélicas. Mas, os amigos evangélicos que eu tenho e que nasceram na religião não condenam ninguém. Eu tenho amigos Luteranos, Adventistas, Presbiterianos, Batistas, enfim, de várias Congregações. Eu percebi que todos os evangélicos de nascença, aqueles que nasceram na religião e conhecem a fundo "Deus", não julgam e não condenam. Quem condena são justamente aqueles que ficaram mudando de religião diversas vezes e nunca se encontraram. Ou seja, nunca encontraram "Deus".
Quando eu adoeci, precisei me afastar um pouco dos trabalhos. E muitos diziam: "- Mas seus Guias não estão cuidando de você?" Gente, foi justamente por eles me cuidarem que eu não morri e não tive sequelas. Eu fui avisado por Eles do que eu tinha e pude buscar ajuda médica. Sim, porque apesar de eu ser médium, eu estou na Terra e preciso de médicos também! Digo a vocês que eu tenho hidrocefalia, instalei válvula e ainda descobri uma doença autoimune. Porém, estou normal. Incorporo, dou passes, atendo e me sinto bem. Graças a Deus, aos Santos, aos Mentores, aos Anjos e aos Guias Espirituais! Graças a todos, porque não desmereço ninguém, eu sempre fui assistido e atendido.
Mas, agora, voltando ao título dessa postagem: "O que nossos Guias esperam de nós?" Eu posso afirmar que Eles, todos eles, esperam de nós (médiuns) a mesma coisa em todos os lugares: comprometimento, assiduidade, dedicação, tolerância, responsabilidade, caridade, amor, tranquilidade e, principalmente, o que sempre ouço deles: paciência. Então vamos ter paciência, realizar nosssos trabalhos e pedir a Deus, aos Santos, aos Mentores, aos Anjos e aos Guias Espirituais, por todas essas pessoas que não se encontraram e por conta disso perseguem e condenam os demais. E não esqueçamos do Artigo 5° da Constituição Federal que nos diz o seguinte: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade..." Portanto, que Nosso Pai Maior tenha piedade de todos nós e ajude-nos a cumprir nossa missão dentro da Lei e da Ordem Universal! Pois, afinal, somos todos filhos do mesmo Pai...

A morada das almas

A Morada das Almas...

Uma passagem pelo Reino de Omulu.

Escrevo essa postagem em homenagem ao Dia dos Finados, porque todos nós um dia estaremos na Morada Eterna. Nesse ponto, somos iguais, nem melhores, nem piores, todos nascemos, todos morremos. E para onde vamos depois? Novamente, em sonhos, eu tive o privilégio de visitar toda a organização espiritual que acolhe, encaminha e seleciona os espíritos do outro lado. Quando o espírito não possui débitos pesados e não é empurrado ao Umbral pelas Leis de Ação e Reação, ele viaja para um local de seleção e triagem, que mais parece uma estação de trem, com um monte gente entrando e saindo, sempre acompanhado de seu Orientador Espiritual, onde, então, é levado à sua Colônia de origem.
Existem vagões somente para crianças, achei isso muitíssimo interessante. Vagões para idosos. Vagões para casais que morreram juntos e vagões diversos. Enquanto você entra e senta, uma pessoa dá as explicações necessárias para a compreensão da viagem. Eles servem um caldo quente energizante, acho que para tirar os medos e fobias de cada um, por saber que está morto... E depois acomodam em sono letárgico aqueles mais apavorados. Durante a viagem é possível visualizar a Terra, as nuvens no céu e várias colônias. O "trem-aéreo" vai passando de Colônia em Colônia e deixando os passageiros, que reencontram amigos e parentes nas estações. Depois, eles são encaminhados ao hospital para um repouso salutar ou para uma conversa com seus Mentores.
Nessa viagem, quem fica por último é o mais privilegiado, pois visita todas as Colônias anteriores e conhece um pouco mais do trabalho espiritual dos falangeiros. Que merecimento tenho eu para ter realizado essa viagem, ainda estando por aqui? Acho que apenas um: o de relatar a vocês o quão impressionante é o Plano Espiritual! Quando cheguei ao final da viagem, saí da plataforma da estação acompanhada pelo preto-velho que trabalha comigo (Pai José de Aruanda). Ele estava transfigurado, com vestes brancas reluzentes e um olhar carinhoso, me apontou para "subir" (levitar) com ele e nesse momento senti um frio na barriga, pois eu ia adentrar uma área desconhecida, nunca visitada: o Reino de Omulu. Pareceu-me atravessar uma nuvem espessa, meio cinza, como nuvem de chuva, mas quentinha e aconchegante. No momento em que atravessei ela, todo o meu medo sumiu e eu senti uma paz enorme e fui envolvida por uma luz muito grande...
Depois Ele me explicou que aquela nuvem limpa nossos corpos espirituais para não sentirmos o impacto da mudança de vibração de energia. No Reino de Omulu você só vê luz. Corpos envolvidos por muita luz, trabalhadores espirituais que já evoluíram e não incorporam mais. Eles apenas mandam luz para a Terra, para seus entes queridos e para a realização dos trabalhos mediúnicos. É isso o que Eles fazem o tempo todo: mandam Luz! Luz de Cura e de Amor... Uma luz pura, branquinha e gelatinosa igual clara de ovo, quentinha e envolvente. Pai Zé me explicou que essa é a função do Senhor Omulu: iluminar as almas para que elas não se percam do seu caminho. E essa luz era o próprio Omulu. Eu me senti dentro de Deus! Não sei definir a sensação porque me faltariam palavras, mas quando acordei, senti que eu tinha morrido e renascido, por um breve instante apenas.

Pomba gira do oriente

Pombagira do Oriente...

Uma Gueixa de muitas histórias...

Liu Siu, nasceu em um vilarejo remoto do litoral chinês. Seus pais eram pescadores e passavam por privações. Nessa época o país estava recrutando moças para tornarem-se gueixas e servirem aos homens da aristocracia, recepcionando os embaixadores e oficiais de outros países. Os pais de Liu Siu acharam que estavam fazendo o melhor pela filha ao dá-la para o governo em troca de provisões para a casa. Os meninos ajudariam o pai na pescaria e ela teria uma boa educação. Assim, com apenas 8 anos de idade, Liu Siu foi levada para uma escola de Gueixas.
Muitas meninas eram recrutadas para esse mesmo propósito e ao chegar a Xangai, Siu viu centenas delas pelas ruas. Chegaram a uma pensão-escola, onde as meninas eram selecionadas e separadas em pavilhões de acordo com a idade e aparência. Liu não era uma das moças mais bonitas da comunidade, mas possuía algo raro: o mar nos olhos. Na China, crianças que nascessem com olhos claros eram considerados descendentes dos turcos e mongóis, consquistados por Gengis Khan, portanto eram de uma classe de guerreiros. Liu Siu não sabia, mas seus avós eram mongóis.
As meninas realizavam serviços diversos e afazeres diários e, em troca, elas obtinham educação, comida e roupas. Para uma criança de 8 anos o serviço era puxado, mas as regras eram rígidas: se não fazia, não comia. E se desobedecesse: apanhava. Siu apanhou muitas vezes, não porque desobedeceu, mas  porque seu corpo era franzino e ela não conseguia dar conta dos serviços. Então, muitas vezes não recebia comida e em outras não podia dormir. Mas, ela cresceu. Os dias se arrastaram e ela completou 15 anos. Tornou-se uma moça muita bonita, que começou a atrair olhares cobiçosos e de inveja. Mas ela ainda achava que era uma moça feia.
Um dia Liu Siu foi mandada ao mercado e por ela passou uma baronesa que já havia sido gueixa. Perguntou onde ela morava e Siu muito timidamente contou. A baronesa seguiu com ela até a pensão e pagou por sua liberdade. Siu pensou que sua vida seria diferente a partir desse momento. Ela foi levada a um palácio onde lhe banharam, lhe assearam e lhe vestiram. Depois a baronesa conversou com ela e lhe falou que lhe ensinaria a se comportar como uma lady. Durante 6 meses Siu foi preparada e tornou-se uma moça prendada. Então, chegou o dia que a vestiram com as melhores roupas e lhe passaram os melhores perfumes. Quando ela estava pronta, foi levada ao aposento real. Siu descobriu seu destino: ela seria a concunbina do imperador!
Siu nunca questionou sua vida, sempre seguiu em frente, mas ela sonhava com o amor e com uma vida diferente. Apesar de ser uma moça tímida, ela observava tudo o que acontecia em seu país e não concordava com as maldades que os chineses impunham aos menos favorecidos das nações vizinhas. Seus antepassados falavam com ela e seu sentimento de guerreira começou a aflorar. Durante um ano ela foi o que havia sido preparada para ser: a concunbina do imperador. Mas, aos poucos, começou a ter aulas de inglês, de esgrima e de artes marciais. O imperador achava que era um capricho de uma moça pobre que queria ser rica. Mas dentro de Siu brotava um sentimento de liberdade...
Quando Siu completou 18 anos ela era uma excelente esgrimista e lutadora. Ela conseguiu permissão do imperador e começou a passear pelos arredores do palácio, sempre acompanhada por alguns serviçais. Aos poucos ela percebeu que muitos jovens se reuniam às escodindas tramando destronar o imperador e conquistar a liberdade para os escravos da monarquia. Um dia ela conseguiu ir a uma dessas reuniões. Saiu do palácio na calada da noite e entrou sem ser reconhecida. Viu o líder: um jovem forte e belo, que falava do direito de todas as pessoas de terem sua vida e sua liberdade. Siu apaixonou-se naquele momento. Nem sabia o que era isso, mas sabia que seguiria aquele jovem onde quer que ele fosse. Ele era um ninja guerreiro preparado pelos Monges Tibetanos, que sabiam da intenção do imperador em tomar o Tibet.
A partir daquele dia Siu começou a frequentar as reuniões, sem saber que com isso colocava sua vida e a do jovem em risco. Aos poucos começaram a perceber sua ausência no palácio e um dia a seguiram. Então, na reunião seguinte, cercaram o local e renderam a todos. O imperador aproximou-se de Siu e agracdeceu a ela. O jovem pensou que ela fosse uma espiã e a olhou com ódio. Nessa hora, Siu reuniu toda a sua coragem e colocou-se ao lado do rapaz. Disse que preferia morrer livre a ter que ver seu povo continuar a sofrer. A lei da China é dura com relação a traidores e Siu conheceu o preço que pagaria por sua traição.  O imperador mandou prender a todos, mas pediu tratamento especial a Siu e ao jovem.
Durante dias os dois foram torturados de muitas formas e depois foram levados à praça pública para a execução. Na frente de toda a população, os dois jovens estavam quase nus, sem cabelos e muito feridos. Dois algozes seguravam sua espada para decapitar os jovens. Siu havia descoberto o nome do rapaz: era Chao Pen. Enquanto esperava, ela lembrou de sua infância na praia, de sua adolescência roubada e de seus dias de princesa. Também lembrou do fogo da paixão que sentiu ao conhecer o anseio da liberdade. Olhou para o lado, para o jovem ajoelhado que seria morto como ela. Eles serviriam de exemplo a todos! Quando a espada desceu, Siu deixou uma lágrima escorrer. Estava com 19 anos, ela nada viveu, ela tudo viveu! Uma vida breve, cheia de aventuras. Mas, estava feliz, pois seria um exemplo a ser seguido.
A história da moça pobre que virou concunbina do imperador e que lutou pela liberdade dos tibetanos e dos pescadores, correu a China. Ela tornou-se um exemplo e muitas moças decidiram que seriam guerreiras como Liu Siu, para lutar pelo seu povo, contra a opressão de um imperador. Assim, a China iniciava uma nova história! E Siu uma nova jornada espiritual...