Cruzamentos, obrigações e firmações no Umbanda.
Há vários impedimentos para aqueles que pretendem entender o
espiritismo, notadamente o de Umbanda, contribuindo para isso a falta
de informações melhores sobre a magia existente e o medo da própria
palavra, pois bem, há uma magia conhecida e outra oculta em quase todas
as religiões. A magia quer dizer de alguma forma as energias e os seres
que são colocados em movimento por algum ritual ou prática. Assim uma
oração é um ato de magia e o alcance do ato mágico está em quem
responde, as energias e os efeitos no próprio individuo ou naqueles onde
focaliza sua atenção. Na magia prática do umbanda podemos falar dos cruzamentos e obrigações, os cruzamentos incidem sobre os corpos dos participantes e fazem uma ligação com os seres, espítos e entidades, nas obrigações, principalmente as de agradecimento,
os beneficiários principais são as próprias entidades, seus reinos e os
seres e forças que são capazes de colocar em movimento. O
reconhecimento do médium as torna mais fortes e potentes. Existem ainda
as obrigações de fortalecimento, re reforço, feitas com o fim de
aproximar as entidades, e os espíritos que compõe sua manifestação em
benefício de uma necesidade, em geral física, do médium. Preferimos
aceitar as obrigações de fortalecimento como uma aproximação do médium
com as entidades dos reinos aos quais naturalmente todo o gênero humano
está ligado e desta forma beneficiando fisica e emocionalmente o
atendido. O cruzamento pode visar o fortalecimetno dos corpos internos
se esse conhecimento existir no grupo, mas esse fortalecimetno sempre
ocorre, será facilitado se houver o esclarecimento no praticante.
Outra questão crucial está nos conceitos que o praticante tenha
sobre sua constituição interna, e outra sobre onde atuam os "espíritos,
as entidades e até os obsessores", esse conhecimento é essencial para
que se possa entender alguns dos rituais senão a grande maioria deles.
Há uma diferença entre o que pensam e praticam os muitos religiosos,
mas em se tratando de Umbanda o que existe é desconhecimento. O nome
Umbanda, espiritismo de Umbanda, terminou a partir da década de sessenta
profundamente influenciado pelo candomblé e pela quimbanda. E
assistimos muitas casas com grandes dificuldades de lidar com os
"Orixás", como a presença de Ogum, não como São Jorge, que era o
pensamento inicial, numa visão sincretizadora de que fossem as mesmas
criaturas. Essa é uma visão simplista na qual falta o mínimo
conhecimento sobre as hierarquias em que se organizam os "espíritos" e
sobre o que ocorre nos momentos e após a morte. São Jorge não é Ogum, a
falange de Jorge, ou de São Jorge, é uma falange e uma legião dentro da
linha de Ogum, e ainda assim os Oguns são anteriores à existência do ser
humano Ogum, príncipe africano elevado a condição de divindade, como os
santos e deuses de quase todas as religiões: um espírito humano, um Orixá Ancestral, mas
Ogum pode ser um princípio, suas cores correspondem às cores do chacra
solar onde predominam o verde e o vermelho, e suas dez pétalas
correspondem aos Oguns, como os doze xangôs correspondem às doze pétalas
do chacra cardíaco. Os chacras e suas pétalas correspondem aos reinos
ou às entidades em si. E os cruzamentos o que são afinal? Há o
cruzamento que é uma cerimônia com duas finalidades distintas, uma
firmação entre os médiuns e as entidades representadas num reino como o
das águas, rios, cachoeiras, mares, e os da mata, ou o fortalecimento
dos sensitivos, um reforço. Estes cruzamentos podem incluir obrigações
de agradecimento dos médiuns para com as entidades, suas entidades e na
confraria, onde não se usa nenhum tipo de sacrifício animal, a obrigação
é uma referência aos reinos básicos da evolução humana: com frutas,
flores, velas, bebidas. No caso dos trabalhos de mar de finalização do
ano da Ordem da Confraria, os cruzamentos não são possíveis. Eles quando
existirem devem ser parte de um processo contínuo, correspondendo aos
sete anos de iniciação ao Umbanda que é a fase protetor/obsessor, nessa
fase o sensitivo conhece as entidades que o acompanham, aquelas que se
manifestam junto da entidade principal ou respondam ás suas necessidades
iniciais de desenvolvimento. Chamamos esta fase de obsessor/protetor
porque a entidade ainda não se define, não consegue se manifestar melhor
através da incorporação, muitas vezes frágil do médium e que necessita
de treinamento, e da aceitação de suas mediunidades. E uma longa fase de
treinamento, de adequação, de alinhamento, e corresponde aos sete
centros principais desde o básico, se forem sete cruzamentos no ano
ainda serão sobre os aspectos básicos da formação e manifestação do
médium. Nos anos seguintes até o sétimo seguirá a educação e a
preparação do médium para sua manifestação, da vibração física e aquela
que é sentida na pele, nos braços e nas pernas, até o momento da
intuição e da telepatia correspondente aos centros superiores e aos
aspectos superiores da entidade. Do menos aspecto até que o médium possa
responder por suas formas elevadas de manifestação. Uma observação mais
atenta mostrará que o cruzamento é um processo progressivo de estímulos
e ajustes cujo efeito se estende por um ano ou até pela vida inteira do
sensitivo. Aonde esteve enquanto espírito, aquilo a que foi ligado, o
reino onde teve acesso, terão resultados por toda a existência,
representam conquistas do indivíduo/médium ao qual somará a do ano
seguinte e assim sucessivamente até que tenha completado uma fase de
trabalho. O momento seguinte é a fase do protetor e os estímulos aos
centros através do cruzamento preparam o médium para a manifestação
identificada com sua entidades nos aspectos mais sutis. Sobre isso
falaremos nos artigos seguintes. É possivel que um sensitivo permaneça
nos npiveis iniciais de desenvolvimento por longo tempo se não houver
instrução e auxílio. alguns naturalmente consegue melhores respostas na
incorporação, mas raramento conseguem compreender o que acontece nos
planos dimensionais. É uma hora nova no aprendizado, mais do que fé ou
crença precisamos hoje de conhecimento e esclarecimentos. A religião
pode conter ciência e fazer evoluir e despertar o homem.
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