Porque do Exú em uma terreira
0s guardiões do terreiro, Entidades de segurança nos Templos de Umbanda
Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como
aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma
hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os
guias chefes da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros
alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com
brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da
sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as
Pomba-giras seriam as “margaridas” mulheres que trabalham também na
limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com
presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais
respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos
das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da
vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para
desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar... O trabalho
da Pomba Gira é sério. É também um trabalho de descarrego, de limpeza,
de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do
ponto de vista material, mental ou espiritual.
O que é esse lixo?
- Nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa.
- Nossas ações.
- Nossas emoções negativa se sobrepondo a nossa capacidade de amar.
Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a
sério e não os desrespeitando e nem os menosprezando.
Sabendo que a religião_de_Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?
Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência desses espíritos trabalhando também no Plano Astral *.
A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e
até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são
considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso
equilíbrio e de nossa energia. Nosso equilíbrio é utilizado por eles no
momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor,
raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e
harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar
conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a mudarem de caminho
libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é
utilizada em casos em que estas almas
estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas,
desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos
balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação. Muitas destas
almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de
Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma
triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já
estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho_de_separação é
feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor
sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos
melhorando os seus pensamentos e
se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem,
fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos
que os médiuns tivessem por eles o maior respeito e consideração, pois
são eles são os nossos guardiões e da Gira, reponsabilizando-se pela
limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em
uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus
pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os
trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para
descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o
nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas. Cada vitória nossa é
para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.
A saudação aos Exus: A
saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve, que também quer dizer salve compadre,
boa noite “moça”. Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar
emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda o
trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos
dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim
estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
Cada médium que
passa por esta Obrigação vai colaborar com eles acrescentando energia e
equilíbrio ao trabalho que eles executam. É por este motivo que tantas
vezes é falado que devemos ter cuidado com nossos pensamentos e pedidos,
pois eles são energias. Os Exús precisam das nossas energias positivas para que possam desempenhar melhor o seu trabalho.
Nota: Os
médiuns que vão fazer a obrigação de Exú devem permanecer em estado de
seriedade, afastando-se de bebidas, festas, que neste caso exercem uma
atração para as almas desorientadas. A função da obrigação de Exú é
basicamente para fazer com que o Exú assuma no campo a função principal
de guardião do médium, desde que este se comporte a altura de sua
amizade e respeito.
Bebidas: Gostam
muito de bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o
nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As
Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium
ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira
trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.
Comidas: Os Exús e Pomba Gira gostam
de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona, e as
Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam muito se suas
oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas e jóias e maquiagens.
Hierarquia dos Exús: Os Exús e Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa.
Exú Tronqueira: Não
confundir o trabalho do Exú guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA.
O Exú Tronqueira é aquele que guarda o Terreiro e passa por uma triagem
às pessoas que entram no Terreiro. Por isso a sua casa é colocada
junto à porta de entrada e é a primeira a ser saudada. Todos devemos ter
o máximo de respeito do Exú Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e
firme devemos agradecer principalmente a ele.
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé,
das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em
yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele
é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar
que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos
colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma
como é representado no culto africano, um falo humano ereto,
simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo na construçãoteológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus,
muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta
religião não existem diabos ou entidades encarregadas única e
exclusivamente de coisas ruins como fazem as religiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yoruba, bem como nocandomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano , pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi,
ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos,
nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta
enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças
onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra usados de
forma bem precisa em seus trabalhos.
Exu
tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos . E quando as
pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e
discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.
E assim é Exu, o que faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui
essa denominação quando Exu, por meio de uma artimanha, conseguiu ser o
rei da região, tornando-se um dos reis de Ketu. Sendo que as
comunidades dessa nação no Brasil o reverenciam também com este nome.
Todos
os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades.
Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó,
a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como
elemento de força diante dos pedidos.
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